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Dr. Filippo Pedrinola - CRM 62.253
Endocrinologia e Saúde
Artigos | Currículo   

É injusto ser mulher?

22/11/2013



É preciso encarar a realidade: no quesito estabilidade, a natureza coloca a mulher em franca desvantagem. E, por mais que as inconstâncias femininas sejam motivo de piadas e brincadeiras, algumas de gosto duvidoso, elas possuem uma explicação fisiológica. Talvez você não saiba, por exemplo, que as mulheres produzem de 20 a 30% menos serotonina que os homens, Pior: ainda gastam mais dessa substância, relacionada ao bem-estar, do que os homens. Ou seja, a probabilidade de déficit é maior porque produz menos e consome mais. Injusto?

Dá para entender, assim, de onde vêm os desejos repentinos por chocolate e outros doces, mais frequente nas mulheres. Com doses limitadas do neurotransmissor que nos faz sentir bem e alegres, elas buscam formas de induzir sua síntese a alcançar essa sensação. Por volta das 5 da tarde, em especial, a serotonina baixa ainda mais, preparando o terreno para a compulsão – para evitá-la, é essencial ter se alimentado bem ao longo do dia.

Por trás das principais injustiças com as mulheres, porém, estão seus hormônios. Não seria exagero dizer que o organismo delas vive à mercê das flutuações desses pequenos regentes. A desordem começa após a primeira menstruação e se prolonga por praticamente toda a vida. A variação abrupta de estrógeno que se dá em determinados momentos do ciclo influencia o humor e favorece o surgimento de males como a enxaqueca. As dores de cabeça agudas são mais comuns em pessoas do sexo feminino, assim como a depressão, que ocorre duas vezes mais em mulheres. É claro que diversos fatores desencadeiam esses problemas, mas os hormônios femininos têm boa parcela de responsabilidade.

Além dos altos e baixos enfrentados a cada 30 dias, há dois momentos em que tudo parece mesmo virar de cabeça para baixo. O primeiro é a gravidez – incluindo pós-parto e amamentação. Essa passagem altera a sensibilidade de forma contundente e transforma o corpo por fora e por dentro.

O segundo e mais traumático ponto na trajetória da mulher é a menopausa. Aqui, mais uma vez, a responsabilidade recai sobre o estrógeno – no caso, sobre a falta dele. De uma hora para outra, o organismo precisa se adaptar à ausência de um mensageiro químico que esteve presente durante anos e anos. Fácil não é: a química cerebral se altera, os ossos ficam mais frágeis e a gordura começa a se acumular em lugares novos. E o coração, que por tanto tempo esteve protegido por esse hormônios, se expõe a riscos cada vez maiores.

Alias, o coração das mulheres tem sofrido tanto ou mais que os homens. Nas ultimas décadas, elas tem trabalhado mais, se alimentado mal e vivem estressadas pelo amontoado de tarefas além da conta. Como consequência, a principal causa da morte entre elas é o infarto do miocárdio, muito à frente do câncer de mama, que costuma ser a maior preocupação das cabeças femininas que ignoram essa estatística.

Apesar de todas essas “injustiças”, a medicina conta hoje com um bom arsenal para ajudar a mulher a atravessar as fases da vida e o sobe e desce hormonal com menos turbulência. Procure seu médico, ele é a melhor pessoa a decidir, juntamente com você, o melhor caminho a ser seguido!









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