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Dr. Sergio Timerman - CRM 44.351
Cardiologia: Urgências e Emergências - da Prevenção à Ação!
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Cocaína, a droga perfeita para um ataque cardíaco!

Se você acha que a cocaína é altamente viciante física e psicologicamente, e pode te matar - mesmo na primeira tentativa, você está certo!



O pó branco, feito a partir das folhas da planta da coca, desencadeia a liberação de dopamina (um produto químico que traz informação para o sistema nervoso central), em seguida, impede a sua reabsorção. Em poucos instantes, uma forte sensação de um prazer indescritível que faz todos os problemas desaparecerem como mágica, trazendo confiança e clareza, ao mesmo tempo a droga pode já estar causando danos permanentes no coração e mesmo ataque cardíaco. A cocaína - quer aspirada, fumada ou injetada - afeta o coração, fazendo com que o batimento cardíaco aumente e ou fique irregular e muito frequentemente pode levar a obstrução dos vasos sanguíneos. Essas condições podem levar a graves ou até mesmo fatais consequências. São elas:

· Ataque cardíaco, parada cardíaca e morte súbita

· Miocardite (inflamação do coração) ou lesão muscular cardíaca levando a insuficiência cardíaca

· Endocardite, ou inflamação do revestimento do coração

· Trombose vascular ou coágulos nas artérias coronárias

· Edema pulmonar, ou de fluidos nos pulmões

· Cardiomiopatia dilatada ou coração dilatado



De acordo com uma recente pesquisa australiana do final de 2012, até quem consome a cocaína - socialmente - tem níveis mais altos de pressão sanguínea e artérias e paredes do coração mais rígidas do que pessoas que não usam a droga. “É a droga perfeita para um ataque do coração”.

É tão triste. Estou vendo repetidamente indivíduos jovens, que de outra forma seriam saudáveis, sofrendo ataques cardíacos massivos relacionados ao uso de cocaína.

Se você acha que o terror acabou, engana-se, tão prejudicial quanto o uso de cocaína é para o coração, é ainda pior quando combinada com cigarros e álcool. O fumo exacerba o efeito da cocaína e consequentemente todos os efeitos nocivos se potencializam. Agora cocaína com o álcool leva o fígado a produzir a cocaetileno, uma substância que intensifica o potencial da cocaína para causar lesões cardíaca e morte súbita. Quer dupla mais explosiva?

A cocaína impacta fortemente o coração após 18 horas do uso, mas seus efeitos podem ser vistos até quatro vezes imediatamente ou dias depois.

No Brasil temos uma situação ainda mais preocupante se colocarmos o CRACK na jogada. Após a sensação mágica que descrevi, o usuário de crack, minutos depois, começa ter alucinações, delírios de perseguição, medo, angústia e depressão acompanhados de vômitos, diarreia e contrações musculares involuntárias (principalmente no rosto). Finalmente, uma necessidade incontrolável de repetir o uso da droga para atingir novamente o ápice. O uso do crack, que nada mais é que a cocaína em pedra, é tão intenso que leva o usuário do paraíso ao inferno em muito pouco tempo. Por isso mesmo, tem um potencial tão grande de levar ao vício. Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), mostram que 0,7% da população, cerca de 1,3 milhão de brasileiros tinham experimentado a droga em 2008.

O efeito instantâneo do crack tem explicação biológica. Como a droga precisa ser queimada para que possa ser tragada, geralmente em cachimbos caseiros de alumínio, ela atinge mais rapidamente o sistema neurológico. Isso porque a fumaça vai direto para o pulmão, um dos maiores órgãos do corpo em extensão (área de contato) e circulação sanguínea, o que propicia uma rápida absorção do entorpecente. Esse é o caminho mais curto para o cérebro – ao contrário do trajeto feito pela cocaína injetada ou inalada em pó, que precisa percorrer todo o sistema circulatório até atingir o órgão. No corpo, os efeitos que não podem ser notados a olho nu são devastadores. A cocaína contrai os vasos sanguíneos, o que causa o aumento da pressão arterial. Como o sangue faz maior força para passar nas veias e artérias, pode ocorrer o rompimento de alguns vasos menores e derrames cerebrais. Daí o fato de a grande maioria das mortes por uso do crack acontecerem devido a complicações cardíacas.


Existem ainda resultados de estudos feitos na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) uma alteração ainda não relatada na literatura médica pelo efeito do uso crônico da cocaína: a diminuição do coração, ou seja o sangue não entra direito nas cavidades do coração por causa da vasoconstricção, que é o fechamento dos vasos. O coração recebe uma oxigenação menor, as fibras se atrofiam e o seu peso diminuiu.

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