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Sinta-se bem sabendo lidar com suas finanças também

Loteria e o sonho da “grande bolada”

No início do ano passado, a escola de direito da Universidade Vanderbilt (EUA) publicou um estudo chamado “The Ticket to Easy Street? The Financial Consequences of Winning the Lottery” (“O caminho da vida fácil? As consequências financeiras de se ganhar na loteria” – em tradução livre), analisou pessoas que ganharam prêmios da loteria da Flórida entre 1993 e 2002, e a análise foi feita por grupos, conforme o valor dos prêmios ganhos.

O objetivo maior do estudo não era tanto analisar a loteria em si, mas sim saber como as pessoas reagem ao chamado “dinheiro fácil” (aquele que não é resultado direto de seu trabalho). Aliás, o verdadeiro objetivo do estudo era determinar se políticas de ajuda governamental a pessoas em dificuldades financeiras (como as recentemente aplicadas pelo governo dos EUA e de alguns países europeus, para estimular a economia) eram realmente eficazes no sentido de deixar essas pessoas em situação financeira melhor e mais estável.

O estudo vinculou os ganhadores dos prêmios com os registros de falência pessoal, e a conclusão foi bastante clara: as taxas de falência pessoal foram consistentes em todos os grupos de ganhadores. Os que ganharam prêmios maiores (na faixa de 50 a 150 mil dólares) “quebraram” tanto quanto os que ganharam prêmios inferiores a dez mil dólares. A diferença é o tempo em que isso aconteceu.

No fim das contas, o estudo mostra que, em se tratando de pessoas com educação financeira deficiente, ganhar uma quantia inesperada não as deixa financeiramente mais sólidas ou equilibradas, apenas retarda a inevitável falência.

Os pesquisadores fizeram questão de frisar, no estudo, que governantes e legisladores devem ser céticos com políticas assistencialistas de estímulo econômico. Simplesmente dar dinheiro para alguém que não sabe administrá-lo é contraproducente. Representa uma grande perda para os cofres públicos, o estímulo econômico gerado tende a ser efêmero, e as famílias que recebem essa quantia rapidamente voltam à situação em que se encontravam originalmente.

Isso ocorre por conta de decisões erradas que essas pessoas tomam com o dinheiro extra. Muitas caem vítima da chamada “contabilidade mental” e não usam o recurso extra para estancar dívidas que as estão corroendo suas finanças. Outras ainda imediatamente partem para o consumo, às vezes em níveis extravagantes, resultado de um fenômeno que os estudiosos das finanças comportamentais chamam de “dinheiro da casa” (os donos de cassinos e bingos conhecem esse fenômeno muito bem...).

Colocando em poucas palavras, os pesquisadores chegaram à conclusão que o dinheiro, pura e simplesmente, não resolve o problema de ninguém – pelo menos não no longo prazo. Um prêmio inesperado pode trazer um alívio imediato, mas se a pessoa não tiver um mínimo de preparo para administrar aquele dinheiro, tudo que ela conseguirá é postergar um pouco mais a inevitável “quebra”.

Uma coisa que aprendi, mas aí em minha prática profissional, tanto com empresas quanto com pessoas físicas, é que a maioria dos problemas financeiros tem um fundamento “não-financeiro”. É muito comum em empresas ouvir o dono dizer algo como “com um milhão de reais eu resolvo meus problemas”. As vezes, por uma felicidade (ou infelicidade), ele consegue aquele milhão, apenas para estar em uma situação ainda pior um ano depois.

O problema dessa pessoa nunca foi um milhão a mais ou a menos, e sim aquela coleção de hábitos e crenças que fez com que, em algum momento do passado, a sua situação se deteriorasse... e que fará a situação ir por água abaixo novamente no futuro se mudanças comportamentais profundas não forem feitas.

Se não houver educação financeira e capacitação para se administrar as finanças (pessoais ou empresariais), qualquer “grande bolada” só fará com que a “quebra” venha um pouco mais tarde... Todos já ouviram alguma história, seja de um artista, de um jogador de futebol ou de um vencedor de reality show que, pouco tempo após ganhar uma grande quantia, já estava numa situação pior do que a anterior antes do prêmio. O que os pesquisadores da Universidade Vanderbilt fizeram foi apenas dar um fundamento científico para algo que todos já desconfiavam.

E antes que alguém me pergunte: apesar de estar tentando “abrir os olhos” dos sonhadores de plantão, se um dia eu ganhar um prêmio desses, podem apostar que eu não vou recusar!

Por André Massaro
Instrutor da MoneyFit – Educação Financeira
Autor dos livros “MoneyFit” e “Por dentro da bolsa de valores” (Matrix Editora)
www.moneyfit.com.br
twitter: @andremassaro




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