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Preguiça ou Sonolência Excessiva? Fique atento: os sintomas podem ser de narcolepsia!

07/11/2013


Distúrbio do sono pode demorar vários anos até ser identificado corretamente

Quem nunca sentiu aquele soninho durante o dia, principalmente, após o almoço ou enquanto estava assistindo TV, ouvindo uma música ou, até mesmo, lendo um livro? E aquela preguiça que parece nunca ter fim? Situações como essas acontecem regularmente, sobretudo, se o indivíduo não teve uma boa noite de sono ou se gastou energia demais.

No entanto, o que poucas pessoas sabem é que a sonolência excessiva durante o dia pode ser algo preocupante, sendo caracterizado com um distúrbio do sono: a Narcolepsia. A doença, pouco conhecida, acomete um em cada dois mil indivíduos, segundo cálculo do Centro de Narcolepsia da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Se mesmo depois de uma noite tranquila e bem dormida você, de repente, cai no sono sem mais nem menos, não importa onde esteja ou como esteja, o psiquiatra Deyvis Rocha alerta sobre o possível risco da narcolepsia.

De acordo com a fisioterapeuta da Duoflex e especialista em Medicina do Sono, Carolina Carmona, seu diagnóstico não é muito fácil, podendo demorar vários anos até que, realmente, possa ser identificada corretamente. “A dificuldade em detectar o problema é que ele pode ser naturalmente confundido com uma preguiça excessiva, sonolência em demasia ou transtorno de atenção, ainda que, a pessoa durma bem durante a noite”, explica.

Apesar de não ser considerada uma doença grave, os ataques deste distúrbio podem ser preocupantes, afinal, tendem a acontecer a qualquer momento e em ocasiões inusitadas, entre elas, enquanto a pessoa está dirigindo um automóvel, operando máquinas ou cozinhando, por exemplo. “E isso, com certeza, é alarmante, já que se tratam de situações em que o indivíduo está concentrado em uma atividade e extremamente vulnerável”, esclarece Carolina.

“Esse distúrbio é caracterizado por uma sonolência exacerbada. O indivíduo perde o controle sobre a capacidade de manter a vigília e dorme em qualquer local e hora do dia”, explica o médico.

Uma pessoa que sofre de narcolepsia entra num sono profundo, pulando a etapa similar à atividade cerebral desenvolvida quando estamos acordados, e mergulha direto no sono REM (Rapid Eye Movement). Nessa fase, o cérebro impede que os neurônios motores movimentem o corpo durante os sonhos. A pessoa que possui esse transtorno desliga essa ação em apenas alguns segundos de cochilo. Os sonos perduram por 15 minutos ou até 1 hora.

Cerca de 3 milhões de pessoas sofrem com a narcolepsia em todo o mundo. Esse distúrbio, em alguns casos, não tem cura e pode provocar grandes prejuízos aos portadores. Alguns adquirem problemas no trabalho e familiares, além de correrem risco de sofrer acidentes.

No Ambulatório do Grupo de Pesquisa Avançada em Medicina do Sono, do Departamento de Neurologia do HC, onde são atendidos cerca de 2 mil pacientes de todo Brasil e que encontram problemas relacionados ao ato de dormir, 10% sofrem de narcolepsia. Os primeiros indícios da doença aparecem por volta dos 20 anos, já que na infância os neurotrasmissores ainda são produzidos. “Nos primeiros anos, os sintomas são mais fortes e tendem a diminuir após algum tempo”, diz o neurologista, Dr. Rubes Reimão.

A capacidade de concentração e raciocínio diminui. A pessoa pode chegar a cochilar em qualquer lugar: no trânsito, em horário de trabalho, em pé no ônibus. É uma vontade incontrolável de dormir o tempo todo, como se o corpo não tivesse descansado.

“Não se sabe ao certo o que causa a narcolepsia. Pesquisas apontam que ela está associada à deficiência do neurotransmissor hipocretina, que estimula o estado de vigília, no cérebro. Os transtornos geralmente começam a aparecer na adolescência ou na idade adulta jovem, geralmente antes dos 30 anos”, comenta Deyvis.

O que deve ser avaliado é a constante vontade de dormir do indivíduo. Se mesmo ultrapassadas às 12 horas de sono você ainda sentir um surto repentino de sonolência depois que acordou, é importante ficar em alerta. Quem possui narcolepsia costuma sentir o corpo mole, fraqueza, dor de cabeça e viver em câmera lenta.



Outros sintomas podem fazer parte desse distúrbio:
Cataplexia:
É a perda súbita do tônus muscular. Antes de pegar no sono você perde o controle da musculatura da mandíbula, da cabeça, dos membros e, simplesmente, cai. A sensação permanece por pouco tempo, às vezes com a pessoa desperta, mas em geral ela também dorme quando ela ocorre.

Alucinação hipnogógicas e hipnopômpicas: A pessoa tem alterações perceptivas bastante vívidas, incrivelmente reais, que ocorrem no início do sono (hipnogógicas) e ao despertar (hipnopômpicas).

Paralisia do sono: É aquele momento em que se está consciente, no entanto o corpo não responde. O corpo fica pesado e parece estar preso à cama, pois ocorre com mais frequência na parte da manhã, quando a pessoa acorda.


Tratamento
O tratamento pode ser feito através de medicamentos, indicados por um especialista, que podem manter o paciente acordado, evitar a cataplexia e o sono soturno entrecortado. Medidas ocupacionais são muito importantes, como fazer cochilos programados ao longo do dia, adaptar os horários de trabalho para acomodar os cochilos, ter apoio psicológico para a aceitação da doença. Ter uma boa saúde do sono é fundamental, como evitar o consumo de álcool, de cigarros, o abuso de cafeína e chocolates, evitar refeições ricas em carboidratos e manter horários regulares de sono.

A especialista Carmona ressalta, no entanto, que a Narcolepsia não é uma doença mental, mas sim, um distúrbio do sistema nervoso. “Especialistas acreditam que o problema é causado por quantidades reduzidas de uma proteína denominada hipocretina, que é gerada no cérebro. Porém, não se sabe ainda, o que leva o cérebro a produzir pouca quantidade desta substância”, esclarece.

No meio social, por exemplo, o portador de Narcolepsia é muitas vezes visto pelos familiares ou amigos como preguiçoso, com consequente dificuldade na carreira profissional e no desenvolvimento de atividades sociais. “Em contrapartida, o indivíduo nem sempre sabe que é portador da doença, por isso, nesses casos, é fundamental o apoio psicológico e, claro, a busca por tratamento”, alerta a fisioterapeuta.

Após a doença ser diagnosticada – o que pode demorar aproximadamente dez anos até que os sintomas evoluam – é indispensável a adoção de algumas medidas comportamentais como, seguir horários regulares para atividades do dia-a-dia, evitar situação de privação de sono noturno e, sempre que possível, tirar cochilos programados de 15 a 20 minutos, duas ou três vezes durante o dia, para facilitar o controle da sonolência diurna. O tratamento farmacológico também é indispensável, mas sempre sob prescrição e orientação médica especializada.



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