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Combate ao refluxo gástrico pode acarretar em diversos problemas de saúde. Veja aqui!

27/08/2013


A Doença do Refluxo Gastroesofágico é um efeito da epidemia de obesidade no mundo



A azia crônica causada pela Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) aflige muitas pessoas e caracteriza-se pelo retorno do conteúdo gástrico para o esôfago - cuja mucosa não está preparada para receber substâncias ácidas e irritantes - podendo alcançar também a boca, provocando alterações dentárias ou atingindo a laringe e os pulmões.

“Quem sofre com o problema, relata azia ou queimação que se origina na boca do estômago, podendo atingir a garganta; dor torácica intensa, que pode ser confundida com a dor da angina e do infarto do miocárdio; tosse seca e doenças pulmonares de repetição como pneumonias, bronquites e asma”, explica o gastroenterologista Silvio Gabor (CRM-SP 47.042).

O tratamento do problema pode ser clínico ou cirúrgico. “O clínico inclui a administração de medicamentos que diminuem a produção de ácido pelo estômago e melhoram a motilidade do esôfago. Paralelamente, o paciente recebe orientação para perder peso, evitar alimentos e bebidas que agravam o quadro, fracionar a dieta, não se deitar logo após as refeições e praticar exercícios físicos que não aumentem a pressão intra-abdominal”, informa o médico.


Tratamento clínico

Os medicamentos indicados para tratar a DRGE estão entre os medicamentos mais comumente prescritos, juntamente com antipsicóticos e estatinas. No entanto, o uso a longo prazo dessas drogas, especialmente dos inibidores da bomba de prótons (IBP), pode alterar a absorção de diversos nutrientes pelos pacientes.

Nos últimos anos, o FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador americano com atuação semelhante à da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem emitido diversas advertências sobre esses medicamentos, alegando que o uso prolongado e em altas doses tem sido associado com um risco aumentado de fraturas ósseas e de infecções provocadas pela bactéria Clostridium difficile, que pode ser especialmente perigosa para pacientes idosos. Em um artigo recente, especialistas recomendam que os idosos utilizem essas drogas pelo menor tempo possível.

Outros estudos têm demonstrado que o uso prolongado dos inibidores da bomba de prótons pode reduzir a absorção de importantes nutrientes, vitaminas (como a B12) e minerais, incluindo cálcio e magnésio, além de poder reduzir a eficácia de outros medicamentos para pacientes cardíacos. Outra pesquisa revelou que as pessoas que tomam IBP podem ter o risco aumentado de desenvolver pneumonia, e outro estudo também relacionou o uso da droga com ganho de peso.

Se o uso dos inibidores da bomba de prótons por longos prazos acarreta em diversos problemas, o uso por períodos curtos também é problemático, pois estes medicamentos tendem a produzir dependência, dizem os especialistas, levando os pacientes a fazer uso de tal medicamento por muito mais tempo do que o recomendado (algo entre 6-12 semanas). Muitos pacientes utilizam estas drogas por toda a vida.

“Os inibidores da bomba de prótons bloqueiam a produção de ácido no estômago, mas o corpo pode reagir e compensar este bloqueio acelerando a produção do ácido. Assim, haveria piora da acidez no estômago”, explica Silvio Gabor.

O que tem sido observado, ao longo do tempo, é que os inibidores da bomba de prótons não têm sido tão eficientes quanto os especialistas esperavam. O tratamento mais generalizado da Doença do Refluxo Gastroesofágico com este medicamento não reduziu a incidência de câncer de esôfago. “O que se tem observado atualmente é que quando as pessoas tomam inibidores da bomba de prótons, eles não se curam do problema de refluxo, apenas controlam seus sintomas", informa o gastroenterologista.

Além disto, os inibidores da bomba de prótons muitas vezes impedem que o paciente faça mudanças no estilo de vida, difíceis, mas muito necessárias para um tratamento eficaz, como a perda de peso ou a não ingestão de alimentos que causam azia. “Muitos pacientes que fazem uso destes medicamentos adotam a conduta de comer o que querem por se sentirem melhor devido ao remédio, e não querem suspendê-lo, muitas vezes, desconhecendo os efeitos de seu uso prolongado”, observa o médico.

“Prescrever um IBP e achar que o paciente está sendo devidamente tratado é ignorar o fato de que ‘fomos projetados’ para ter a presença de ácido em nosso estômago. O ácido do estômago é necessário para ‘quebrar a comida’ e absorver nutrientes, bem como para o bom funcionamento da vesícula biliar e do pâncreas. O uso de longo prazo de inibidores da bomba de prótons pode interferir com estes processos. E a supressão de ácido do estômago, que mata as bactérias e outros micro-organismos, pode tornar as pessoas mais suscetíveis a infecções”, defende o gastroenterologista Silvio Gabor.

Para o médico, “a Doença do Refluxo Gastroesofágico é um efeito da epidemia de obesidade no mundo. As mudanças no estilo de vida podem melhorar a azia de muitos. Pessoas com refluxo que seguem rigidamente as recomendações sobre estilo de vida não precisam de nenhum medicamento”, alerta o médico.


Mudanças no estilo de vida
Para prevenir azia, o recomendável é evitar alimentos e bebidas que possam desencadear seus sintomas. Para muitas pessoas, eles incluem:
• Álcool;
• Cafeína;
• Bebidas gasosas;
• Chocolate;
• Frutas e sucos cítricos;
• Tomates;
• Molhos de tomate;
• Alimentos picantes ou gordurosos;
• Produtos derivados de leite integral;
• Menta;
• Hortelã.

Se outros alimentos causarem azia com regularidade, evite esses alimentos também. Além disso, tente fazer as seguintes mudanças em seus hábitos alimentares e estilo de vida:
• Evite se curvar ou exercitar logo após comer;
• Evite roupas ou cintos que ficam apertados ao redor da cintura;
• Não se deite com estômago cheio. Por exemplo, evite comer 2 a 3 horas antes de dormir;
• Não fume;
• Faça refeições menores e procure comer algo leve entre as refeições. Não fique mais que 3 hora com o “estômago vazio”;
• Perca peso se você estiver com excesso;
• Reduza o estresse;
• Durma com a cabeceira da cama elevada 30º em relação aos seus pés (algo em torno de 15 centímetros). Faça isso inclinando toda a cama não apenas os travesseiros. O ideal é manter o corpo inclinado como um todo. A “dobra” na barriga formada pela cunha ou pelos travesseiros dificulta mecanicamente o esvaziamento gástrico.


Tratamento cirúrgico

A cirurgia para tratar a Doença do Refluxo Gastroesofágico pode ser realizada de maneira convencional ou por laparoscopia “e está indicada nos casos de hérnia de hiato e para os pacientes que respondem bem ao tratamento clínico, quando é necessário confeccionar uma válvula anti-refluxo. Os pacientes que respondem bem ao tratamento clínico são os candidatos ideais para a cirurgia de válvula anti-refluxo, pois são esses pacientes que realmente apresentam os sintomas causados pelo refluxo. Nos pacientes onde o tratamento clínico não funcionou, a chance da cirurgia não funcionar também é muito grande, pois os sintomas muito provavelmente são causados por outros motivos que não a hérnia hiatal”, explica o cirurgião.

A cirurgia é um procedimento adequado quando a repetição e a manutenção do refluxo gastroesofágico provoca esofagite grave, “pois a acidez do suco gástrico pode alterar as células do revestimento esofágico e dar origem a tumores malignos”, alerta o médico.




Veja mais sobre GASTRO em:


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