Novidades
Estudo aponta que meias de compressão graduada reduzem o risco de varizes em praticantes de musculação

Pesquisa realizada pela Universidade de Ciências da Saúde (AL) comprova o benefício em pessoas com ou sem varizes

Meias de compressão graduada reduzem o risco de varizes ou postergam seu avanço em praticantes de musculação, aponta um estudo recente da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas. O cirurgião vascular e autor do estudo José Tenório de Albuquerque acredita que a pressão exercida nas pernas favoreça o retorno do sangue venoso e, assim, evite o surgimento ou agravamento das varizes.

“Pessoas cada vez mais jovens estão aparecendo com varizes nos consultórios e um diferencial que notamos é a musculação”, explica o médico. O esforço promovido pelo esporte tornaria precoce ou agravaria as varizes em pacientes que tenham tendência ao problema, muito embora a prática de musculação por homens e mulheres de todas as idades seja vista como benéfica, desde que sob orientação de profissionais qualificados.

No estudo, o pesquisador pôde comparar após seis a manifestação das varizes em dois grupos – um que utilizou meias de compressão graduada e outros que treinou sem o acessório. O primeiro grupo não apresentou alterações significativas da classificação médicas das varizes, independentemente do sexo ou da faixa etária. Já os voluntários que treinaram sem meias de compressão sofreram alterações do nível de varizes.

Metodologia

O estudo teve um total de 114 pacientes participantes, dos quais 79 concluíram o acompanhamento de seis meses. A faixa etária esteve subdividida em três grupos – dos 20 aos 40 anos, dos 41 aos 55 anos e dos 56 aos 70 anos. Havia homens e mulheres, com três tipos de frequência de treinos: diariamente, duas ou três vezes por semana. Os participantes foram divididos em dois grupos – um que usou meias de compressão graduada SIGVARIS e outro que seguiu praticando musculação sem as meias de compressão graduada.

No exame inicial foi feita a classificação dos participantes segundo o nível de CEAP apresentado, referência clínica da doença varicosa, que pode ser consequência da hipertensão venosa ou de outra dificuldade do retorno do fluxo venoso.



A presença de varizes afeta 35,5% da população brasileira, sendo 1,5% de úlcera aberta ou cicatrizada. Estima-se que a doença atinja uma em cada cinco mulheres, e um em cada 15 homens. Além dos prejuízos estéticos, há risco de complicações maiores, como dor, dificuldade para andar e sensação de inchaço. Assim, as varizes têm se tornado responsáveis por ausências no trabalho e prejuízos para a prática de esportes. Especialmente nos meses mais quentes do ano, o risco de desconfortos tende a ser maior.

Estudos realizados em Israel e nos Estados Unidos mostram que 3% dos homens e 20% das mulheres têm varizes aos 30 anos. Já aos 70 anos, cerca de 70% das pessoas apresentam algum tipo de varicosidade.

Albuquerque e sua colega Andrea Andrade Teixeira ressaltaram no estudo que a prática de musculação em academias tem angariado cada vez mais adeptos, o que justificaria a realização do estudo.

Avaliação dos dados

Nos seis meses da pesquisa houve o acompanhamento sistemático dos pacientes através de exames clínicos para coleta de dados e registros fotográficos dos membros inferiores para posterior comparação.

Estes dados foram avaliados a intervalos de 30 dias para comprovação e classificação dos tipos de varizes apresentados pelos participantes. Os que tiveram o quadro inicial agravado, com possibilidade de indicação cirúrgica, foram submetidos à ultrassonografia com Doppler a cores dos membros inferiores.

O grupo não usuário de meias foi composto por 36 participantes (43,9%), enquanto o grupo usuário de meias foi composto por 46 (56,1%). Estes foram orientados quanto ao uso de meias de grau de compressão de 15 a 20 mg para a prática de musculação e instruídos quanto à maneira correta de calçá-las e descalçá-las, a partir das recomendações do fabricante.

Dos 82 participantes que responderam o questionário, 56 (68,3%) eram mulheres e 26 (31,7%), homens. Em relação aos dois sexos, constata-se a redução daqueles com idades mais avançadas.

Os não usuários de meias de compressão graduada somaram 36 pessoas: 22 mulheres (61,1%) e 14 homens (38,8%). Entre elas, 15 (68,1%), 06 (27,2%) e 01 (4,5%) nas faixas etárias entre 20 e 40, 41 e 55 e acima de 56 anos respectivamente. Quanto a eles, temos: 08 (57,1%) e 06 (42,8%), nas duas primeiras faixas.

Também foram considerados aspectos como histórico familiar, ingestão regular de fibras na alimentação, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, hábito de sentar com as pernas cruzadas, atividade profissional (seja sentado ou em pé), uso de salto acima de três centímetros.

Conclusão

No final do estudo, houve incidência aumentada de mulheres portadoras de Ceap I na faixa etária de 20 a 40 anos. Foram constatadas oito pacientes (23,5% do total ou 38% de não usuárias). Ainda no mesmo grupo etário, houve registro de seis casos de Ceap II (17,6% de mulheres ou 28,5% de não usuárias).

Entre os homens, a maior incidência encontra-se na faixa entre 20 a 40 anos. Foram oito casos (23,5% dos homens ou 61,5% dos não usuários), metade com Ceap I e outra metade com Ceap II. Entre os sujeitos mais idosos só foi encontrada uma mulher entre 56 e 70 anos com Ceap II.

Assim, o pesquisador concluiu que o uso de meias de compressão graduada durante a prática de musculação pode prevenir o surgimento ou postergar o avanço das varizes.





Veja mais

Conheça cinco motivos para não tirar cutículas

5 Fatos que todos devem saber sobre HEMORROIDAS

Dia Mundial do Coração em 29/09: a cada 40 segundos um brasileiro morre devido a doenças cardiovasculares

AACD celebra 66 anos e promove evento sobre empreendedorismo e superação. Veja aqui como comprar seu convite!

31/05: 5º FÓRUM DA SAÚDE E BEM-ESTAR



Clique aqui e veja todas as matérias

Encontre os melhores preços de medicamentos e leia bulas