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Estudo afirma que dose diária de aspirina pode prevenir câncer. Porém...

07/08/2014

A ingestão de uma aspirina por dia pode reduzir as chances de se desenvolver certos tipos de câncer, como de intestino e estômago. Foi o que apontou estudo britânico publicado pela revista médica Annals of Oncology. Cientistas da universidade Queen Mary, de Londres, analisaram cerca de 200 estudos sobre prós e contras da aspirina para a realização dessa pesquisa.

Os pesquisadores afirmaram que se cada cidadão britânico, com mais de 50 anos, tomasse um comprimido, diariamente, durante 10 anos, 122 mil mortes poderiam ser evitadas. No entanto, o estudo alerta que o remédio também pode provocar sangramento interno.

Os casos de câncer de intestino, estômago e esôfago chegam a ser reduzidos entre 30% e 40% pelo uso diário da aspirina. Também foram encontrados indícios de que a droga pode também diminuir os riscos provocadas por câncer de mama, de próstata e de pulmão. O estudo descobriu que pacientes precisam tomar o remédio por pelo menos cinco anos para obter algum benefício.

O coordenador da pesquisa, Jack Cuzick, da universidade Queen Mary, aconselha maiores de 50 anos a tomarem uma pequena dose (75mg) de aspirina por dia por uma década. Para cada mil pessoas com mais de 60 anos que ingerirem a droga durante 10 anos, os resultados uma década depois seriam: 16 mortes a menos por câncer, uma morte a menos por ataque cardíaco; duas mortes a mais por sangramento interno e efeitos colaterais.

Os benefícios, inclusive, parecem continuar mesmo depois de as pessoas terem parado de tomar aspirina, embora não se saiba ao certo por quanto tempo. Como o risco de sangramento interno cresce de acordo com a idade do paciente, os médicos sugerem que não se tome a droga por mais de 10 anos. Além disso, também existem dúvidas acerca dos benefícios de doses maiores.



Nem tudo é perfeito: Úlceras: o risco de uma aspirina por dia

No mundo todo, milhões de pacientes cardíacos tomam diariamente doses baixas de aspirina, seguindo ordens médicas, para afastar um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral, enquanto outros que não foram ainda diagnosticados com doenças cardiovasculares tomam o medicamento visando à prevenção dessas doenças. Pesquisas recentes também sugerem que uma baixa dosagem do medicamento ingerida regularmente pode reduzir o risco de morrer de uma gama de cânceres comuns.

“Mesmo que o paciente tome uma aspirina por dia, por recomendação médica, para reduzir o risco de doença cardíaca, é muito importante lembrar que, mesmo em pequenas doses diárias, a aspirina - e mesmo a "aspirina infantil" - pode aumentar o risco de úlceras e sangramento do estômago. Todos os AINEs (anti-inflamatórios não-esteroides), incluindo a aspirina, tem o potencial para danificar o tecido do trato gastrointestinal. Danos podem ocorrer também no tecido da boca e do ânus”, afirma o gastroenterologista Silvio Gabor (CRM-SP 47.042)

Ainda segundo o médico, doses de aspirina compradas sem receita médica, no balão da farmácia, ou preparações de aspirina com revestimento entérico não eliminam o risco do desenvolvimento de uma úlcera relacionada ao uso do medicamento. O risco de sangramento é de duas a quatro vezes maior do que se o paciente não estivesse tomando aspirina. Este risco aumenta em ordem de grandeza quando a dosagem do medicamento aumenta. Alguns estudos sugerem que um terço das úlceras induzidas pela aspirina está relacionada com o uso da aspirina comprada sem prescrição médica. O risco de um sangramento excessivo associado com o uso o medicamento é estimado em 5 casos em cada 1.000 pacientes por ano.

Silvio Gabor, que também é professor assistente de Cirurgia Geral e do Trauma da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA), destaca que é importante lembrar que o risco de úlcera induzida por aspirina vai aumentar ainda mais se o paciente apresentar características de alto risco, tais como:

• Ter mais de 60 anos;
• Ter um histórico de úlcera gástrica ou duodenal;
• Ter infecção por Helicobacter pylori ativa (a bactéria associada à úlcera);
• Tomar aspirina ao mesmo tempo que toma também outro AINE (ibuprofeno, naproxeno), um anticoagulante (como a varfarina) agentes antiplaquetários (clopidogrel, ticlopidina ), ou se o paciente é um usuário crônico de esteroides.

“A aspirina não é um suplemento nutricional. É uma medicação com riscos reais e efeitos colaterais, por isso não deve ser ingerida sem uma avaliação de risco cardiovascular explícita de um médico. Se o paciente e o médico chegarem à conclusão que o benefício do uso de aspirina para prevenir doenças cardíacas é superior ao risco de hemorragia gastrointestinal, é preciso assegurar que o paciente só irá ingerir a dose mínima de aspirina necessária para a redução do risco cardiovascular”, alerta Gabor.

Se o paciente apresenta fatores de risco que contraindiquem o uso da aspirina para a prevenção de problemas cardíacos, é preciso discutir com o médico a conveniência de tomar um protetor estomacal, como um inibidor da bomba de prótons. Pode também ser importante testar e tratar este paciente para a infecção por H. pylori, visando minimizar o risco de formação de uma úlcera.

Sintomas da úlcera podem ser difíceis de diagnosticar

Segundo Silvio Gabor, o sintoma mais comum de uma úlcera é uma dor na “boca do estômago”, que é definida por alguns como uma queimação localizada entre o peito e o umbigo. Geralmente, essa dor é mais grave quando o estômago está vazio, como entre as refeições. No entanto, a dor pode ocorrer a qualquer momento e é particularmente preocupante quando o paciente acorda de um sono profundo se sentindo mal.

Às vezes, o desconforto abdominal pode ser aliviado pela ingestão de alimentos, de líquidos ou quando ele toma um antiácido. “A dor no estômago pode ser acompanhada de náuseas ou vômitos, ou por vômito com sangue vivo em grande quantidade (não deve ser confundida com hemoptise, que é a presença de sangue no catarro). Outros sintomas incluem fezes escuras parecidas com borra de café, conhecidas como “melena” (indicando sangue nas fezes) ou perda de apetite. Ocasionalmente, um grande sangramento da úlcera é acompanhado pela passagem de sangue vermelho pelo reto. Mesmo antes de aparecer externamente, o sangramento do aparelho digestório pode causar sensação de tontura e desmaio. Se ocorrerem sintomas de sangramento, isso é uma emergência médica e o paciente deve ir para um pronto-socorro imediatamente”, orienta o gastroenterologista.

Também é importante notar que, entre aqueles que tomam medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, os AINEs, (aspirina, ibuprofeno ou naproxeno) não é incomum que as úlceras sejam silenciosas. O sangramento pode ocorrer sem sintomas de aviso prévio.

Se o paciente estiver experimentando sintomas frequentes ou sintomas que não são aliviados com antiácidos, ele deve procurar ajuda médica o quanto antes, pois pode apresentar um problema gastrointestinal mais grave. “A confirmação do diagnóstico é feita pela endoscopia. Durante o exame poderá ser feito um teste para saber se há ou não a presença do Helicobacter pylori no estômago e uma biopsia para afastar a possibilidade de ser uma úlcera por câncer. Nos casos de hemorragia, a endoscopia pode identificar o local do sangramento e controlá-lo. Outras complicações da úlcera podem ser identificadas por Rx ou tomografia, como perfuração ou estenose (estreitamento da passagem do alimento) ”, explica o gastroenterologista.

O tratamento visa a diminuição da produção do ácido e a melhora dos fatores de proteção da mucosa. Atualmente existem medicamentos que conseguem isso de maneira bastante eficiente e que são associados a digestivos ou antiácidos de acordo com a necessidade. O tratamento dura entre 4 e 8 semanas, mas pode ser mantido por um tempo mais prolongado, principalmente em pacientes que necessitam tomar ácido acetilsalicílico cronicamente. Em paralelo, os vícios e erros alimentares devem ser corrigidos, como se faz, no caso das gastrites.

“O tratamento cirúrgico, a gastrectomia, é indicado quando há complicações como sangramento que não para após a endocopia, perfurações e estenoses. Úlceras que reaparecem com frequência ou que não cicatrizam mesmo após tratamentos adequados podem também ter indicação de tratamento cirúrgico”, finaliza Silvio Gabor.




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