Entrevista
Antonio Britto, Presidente da Interfarma!

No “Canal Direto” procuramos conversar com personalidades ligadas à saúde, seja no passado, presente ou futuro! Desta vez, após o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entrevistamos uma grande personalidade brasileira, com uma diferenciada e bem sucedida carreira, o Sr. Antonio Britto.

Para quem não se recorda, ou ainda não era nascido, Antônio Britto Filho foi o jornalista que teve um marco na sua carreira quando anunciou a morte do Presidente Tancredo Neves, em 1985!

Antonio Britto, ou apenas Britto, como também é conhecido, atualmente é Presidente da Interfarma, uma entidade que – como ele mesmo explica logo abaixo - congrega 43 empresas, que, representam mais de 70% do mercado brasileiro de produtos inovadores e têm mais de 40% mo mercado brasileiro de medicamentos genéricos.

Conheça sua trajetória:

É do signo de câncer, nascido em 01/07/1952, tem reconhecida vida política e empresarial, é um jornalista e executivo brasileiro, que exerceu os cargos de deputado federal, ministro da Previdência Social e governador do estado do Rio Grande do Sul.

Profissionalmente, começou a atuar em 1970, no Jornal da Semana, publicação dominical do grupo Editorial Sinos, como redator de futebol. Mais tarde, por indicação do jornalista Paulo SantAna, passou a trabalhar como repórter no jornal Zero Hora, do grupo RBS, aos 19 anos de idade.

Em 1972, transferiu-se para a rádio Guaíba (pertencente ao grupo Caldas Júnior), a convite de Pedro Carneiro Pereira, onde chegou a coordenador da área de esportes e foi chefe de jornalismo. Em 1978, deixou a Guaíba e voltou ao grupo RBS, passando a trabalhar na TV Gaúcha.

Da RBS, passou ainda em 1979 para a editoria de política da Rede Globo em Brasília, atuando também como comentarista e apresentador. No início de 1985, logo após a eleição de Tancredo Neves para a presidência da República, foi convidado para ser secretário de imprensa do novo governo. Nessa função, atuou como porta-voz das informações médicas sobre o estado de saúde do presidente, no período que antecedeu à sua morte, em 21 de abril de 1985.

Filiou-se ao PMDB em 1986 e elegeu-se deputado federal constituinte em Brasília, sendo eleito com uma das maiores votações do estado.Participou ativamente da elaboração da constituição em 1988. Em 1990, reeleito deputado federal, foi presidente da Comissão de Ciênciae Tecnologia, Comunicação e Informática. Em 1992, passou a chefiar o Ministerio da Previdência Social no governo Itamar Franco. É também autor de um livro sobre os últimos dias de Tancredo Neves.

Antonio Britto foi eleito governador do Rio Grande do Sul em 1994. Logo depois do seu mandato, passou a trabalhar na iniciativa privada, como consultor do grupo espanhol, Telefônica.

Em 2003 foi diretor-presidente dos Calçados Azaléia, mas pediu demissão em 2006. No final do mesmo ano assumiu a Diretoria de Assuntos Corporativos da Claro, atuando também como Presidente do Instituto Claro até 2009, ano que se transferiu para a Interfarma, ocupando o cargo de Presidente Executivo.

Esse é Antonio Britto.


Veja logo abaixo a entrevista que fizemos com ele, para você, leitor do Sentir Bem.


Sentir Bem: O que é a Interfarma? Quem representa (quantos laboratórios e qual o % do mercado brasileiro de medicamentos?)
Antonio Britto: A INTERFARMA congrega 43 empresas que juntas representam mais de 70 por cento do mercado brasileiro de produtos inovadores e que, através de empresas controladas, tem mais de 40% do mercado brasileiros de medicamentos genéricos. Os dois pontos mais importantes de nossa atuação são a defesa da inovação e da ética.

Sentir Bem: Temos a participação dos laboratórios nacionais? Qual o laboratório nacional que mais investe em pesquisa e inovação?
Antonio Britto: O mercado brasileiro de medicamentos mudou muito nos últimos anos no Brasil. As empresas que cresceram produzindo cópias de produtos feitos por empresas inovadoras a partir de enormes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, hoje começam a olhar a pesquisa , ainda que não seja a pesquisa radical, como uma alternativa. Produzir cópias e medicamentos genéricos hoje é commodity e, nesse mercado, Índia e China são imbatíveis e representam uma ameaça às empresas nacionais. A Cristália e a Eurofarma são bons exemplos de empresas que estão investindo em pesquisa e desenvolvendo medicamentos no Brasil. Portanto, há uma tendência cada vez maior de que as empresas comecem a olhar a pesquisa de uma outra maneira.

Sentir Bem: Pessoas físicas podem participar da Interfarma como associados, ou somente laboratórios? Como é feito este “credenciamento” e quais profissionais podem participar?
Antonio Britto: Recentemente, a INTERFARMA alterou seus estatutos para permitir que, além de empresas, pesquisadores no campo da saúde humana possam participar da entidade . Desde que concordem em seguir os princípios éticos e demais disposições do Estatuto Social da nossa associação , eles podem entrar na condição de “Associados Pesquisadores. O processo de associação é bastante simples e descomplicado, bastando que o interessado faça contato com a entidade e envie alguns documentos para que seu pedido de associação seja submetido à aprovação pelo Conselho Diretor da Interfarma.

Sentir Bem: Como funciona a entrada e a liberação de uma patente que foi licenciada fora do Brasil e que pretende entrar no mercado brasileiro? Qual a participação do governo?
Antonio Britto: O processo de registro de patentes no Brasil é baseado em legislação própria, de boa qualidade e de excelentes resultados. As dificuldades que os inovadores enfrentam não decorrem de falta de leis mas de maior agilidade e condições de trabalho dos órgãos governamentais encarregados dessa atividade, como o INPI, o escritório de registro de Patentes no Brasil. Hoje o órgão está melhor aparelhado, mas é preciso fazer mais investimentos em equipamentos e pessoal para poder agilizar a aprovação de pedidos de registros.

Sentir Bem: Quais os países que mais investem em pesquisa e qual a ordem de valores deste investimento e crescimento nos últimos anos?
Antonio Britto: O mundo vive uma mudança. Os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, para citar três exemplos, vêm lentamente perdendo espaço e a pesquisa está se descentralizando, se espalhando pelo mundo. Isso abre uma enorme oportunidade que o Brasil não pode desperdiçar. Historicamente, o pais que mais investe em pesquisa e desenvolvimento são os Estados Unidos. Em 2010, os investimentos em P&D foram de 67,5 milhões de dólares, mas muitos países da Ásia vêm crescendo em um ritmo muito maior que a média. De acordo com o IEDE- Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial -os investimentos chineses em pesquisa e desenvolvimento, de modo geral, não apenas na área de saúde, crescem 20% ao ano desde 1999. Em 2010, a China obteve junto ao USPTO, o escritório de patente dos Estados Unidos, 2.657 patentes; em 1999, foram apenas 90. Com certeza, este extraordinário ritmo de crescimento, envolve também a indústria da saúde. No ranking da Inovação, o Brasil está em 680 lugar.

Sentir Bem: Como está a América Latina no ranking de investimentos no setor e como a indústria farmacêutica brasileira é vista no exterior?
Antonio Britto: Somos o segundo mercado que mais cresce no mundo. Somos hoje, rigorosamente, uma prioridade mundial porque além das razões econômicas, o Brasil é reconhecido como um país democrático, com regras básicas bem definidas e, apesar dos problemas de burocracia, tributos e custos, um País preferencial para investimentos.

Sentir Bem: Pelo Art.196 da Constituição, “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção e recuperação (Brasil, 1988)” . Existe algum acordo da Interfarma com o Ministério da Saúde, a fim de facilitar o acesso a novos medicamentos?
Antonio Britto: Essa é e tem que ser a prioridade não do Governo, não da Indústria mas, de todo o País. Avançamos muito em saúde básica, melhoramos indicadores como mortalidade infantil e longevidade mas temos um imenso desafio pela frente. Faltam recursos para a saúde. Mais de 70% dos medicamentos têm que ser comprados apenas pelos cidadãos. Falta acesso a medicamentos mais modernos. Problemas tão graves que só serão resolvidos com um clima de parceria, busca de soluções entre todos os responsáveis. O Programa Farmácia Popular que fornece medicamentos gratuitos para milhões de pessoas no Brasil tornou-se possível com a ajuda da indústria farmacêutica, que reduziu suas margens para permitir que os brasileiros tivessem acesso a medicamentos para hipertensão e diabetes, entre outros. Este é um exemplo de cooperação com o Governo que vai se fortalecer cada vez mais.

Sentir Bem: Como é feito o rastreamento dos medicamentos em território brasileiro? Quem controla e como a Interfarma participa das decisões tomadas? Este rastreamento impacta de alguma forma na população (consumidor final), elevando preços e/ou atrasando os lançamentos?
Antonio Britto: O sistema de rastreabilidade está por ser implantado no Brasil. A ANVISA vem liderando um esforço para que se consiga rapidamente chegar a um sistema que permita acompanhar da produção ao consumidor a procedência, a validade e legalidade dos medicamentos. Hoje, sentimos falta de um sistema que dê garantias de procedência, qualidade e segurança aos medicamentos. Milhões de brasileiros estão sujeitos hoje a comprar um medicamentos falsificado, roubado, pirateado, levando incalculáveis riscos sanitários ao consumidor brasileiro. Esta é uma das preocupações da Interfarma.

Sentir Bem: Já que a Interfarma é uma entidade voltada – principalmente - para pesquisa de novos medicamentos, como está a integração do Governo da Presidente Dilma Rousseff, via Ministério da Saúde, com relação a estes investimento em inovação? Existe alguma parceria do Governo com os laboratórios, do tipo isenção fiscal?
Antonio Britto: É preciso reconhecer e elogiar o esforço que o Governo vem fazendo para discutir formas de o Brasil passar a ser um ator mais importante em inovação. Temos defendido que há hoje uma oportunidade que não podemos perder. E para isso precisamos de mais investimento em educação, na formação de profissionais. E de menos, muito menos burocracia. A Lei do Bem é um bom exemplo de incentivo fiscal para que empresas nacionais ou estrangeiras façam investimentos em pesquisa. De modo geral, há espaço para um diálogo com o Governo Federal e também com os Estados que pretendem se transformar em polo industrial farmacêutico. Estados como Pernambuco e Goiás já têm programas de atração de investimento de empresas da área de saúde.

Sentir Bem: Quais os próximos projetos e/ou ações da Interfarma, previstos na sua gestão, integrando os laboratórios farmacêuticos participantes e o Ministério da Saúde?
Antonio Britto: A agenda da INTERFARMA passa por três pontos essenciais. Como contribuir para que o acesso se amplie no Brasil. Como assegurar medicamentos éticos, com segurança e eficácia garantidos. E como transformar o Brasil em um ator mais importante em inovação farmacêutica. Do ponto de vista de relacionamento com o Ministério da Saúde, temos tido uma excelente abertura para o diálogo junto às secretarias dos Ministérios que cuidam de atenção à saúde, de incorporação de novas tecnológicas e principalmente com o Ministro Padilha que vem demonstrando uma enorme disposição de melhorar o sistema de saúde pública no Brasil.


Vídeo Institucional da Interfarma:





Fonte do Vídeo: www.interfarma.org.br

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