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Como evitar a síndrome do ano novo?

Cláudia, 33 anos, é casada e trabalha na área administrativa de uma multinacional há cinco anos. Ela critica a empresa por não lhe dar maiores desafios (o que a faz se sentir pouco útil), acha que seu trabalho caiu na monotonia e reclama das pressões constantes para cumprir tarefas irrelevantes. Considera que o tempo e dinheiro investidos em cursos de inglês, espanhol e MBA não são reconhecidos e quer mudar de emprego, mas se atormenta com a possibilidade de não conseguir se recolocar no mercado. Também pensa em ter um filho, mas teme perder o atual emprego. Agora nesse começo de ano, ela se pergunta se não seria o momento adequado para dar um passo significativo em sua vida, mas não consegue se decidir. Ter um filho? Mudar de emprego? Continuar na mesma? O que fazer?

O exemplo fictício de Claudia resume o “desabafo” de muitos profissionais que me procuram e que se agrava neste início de ano, momento que simboliza o encerramento de um ciclo e início de outro. É quando a angústia (relacionada ao passado) por não poder voltar atrás em nossas decisões se junta com a ansiedade (relacionada ao futuro) sobre as decisões que deveremos tomar. É a vontade de jogar tudo para o alto e começar outra coisa completamente nova, associada ao medo de que os projetos saiam errado.

Em algum momento de nossas vidas passamos por essa situação, que é plenamente normal. O problema é que, com a crescente pressão sofrida nas organizações, aliada ao clima de incerteza e insegurança em relação ao futuro, agravam as sensações de angústia e ansiedade vividas neste período, contribuindo para causar o estresse e a depressão. É a “Síndrome do Ano-Novo”.

A Psicologia não oferece soluções prontas a esse tipo de situação, mas pode ajudar a lidar com elas. Quando as pessoas me procuram com esse tipo de dúvidas, a primeira coisa que procuro saber é se possuem um projeto de vida. Afinal, as escolhas só se tornam difíceis e os arrependimentos e frustrações frequentes quando falta uma referência para se guiar.

Em seguida, sugiro um exercício de reflexão. Embora pareça simples, é uma atividade que nos auxilia a definir metas, prioridades e decisões futuras. A seguir, os passos principais:

Defina um projeto de vida: imagine o que você quer para si (ser um empresário, um executivo bem sucedido, ter uma casa própria, ser independente, etc.). Planeje o presente e o futuro. Não se esqueça da vida pessoal. Você precisa conciliar projetos pessoais com projetos profissionais. O projeto de vida deve ser algo que você realmente sinta que vale à pena viver para isso, que valha à pena enfrentar momentos ruins.

Certifique-se de quem é projeto: este é um exercício difícil porque, na maioria das vezes, projetos de família estão tão arraigados em nós que dificilmente conseguimos separar o que é nosso ou de outras pessoas. Procure pensar se este é um projeto realmente seu ou se é um desejo de seu pai, mãe, amigos, namorada, etc. Muitas pessoas realizam projetos que não são seus a vida inteira e, mais tarde, sentem aquela sensação inquietante da angústia, de que algo está errado, mas que o tempo já não volta mais.

“Apare as arestas”: uma vez definido o projeto, foque aquilo que realmente é importante para sua vida. Você perceberá que haverá coisas que não são compatíveis, como, por exemplo, ser uma mãe dedicada em tempo integral uma workaholic disposta a viagens, almoços e jantares de negócios e cursos de especialização. Pergunte-se: “o que realmente é importante para mim”?

Faça escolhas: No projeto de vida, cada escolha que fazemos implica em abrir mão de uma série de outras possibilidades que em muitos casos não pode ser revertida. É como o caso da Cláudia. Sua angústia é maior porque sua escolha poderá mudar todo o curso de sua vida. No projeto de vida, você tem de fazer as suas escolhas e estar plenamente consciente do que está abrindo mão, para que não haja arrependimentos futuros.

Desfrute dos ganhos: uma vez feita as escolhas, é hora de olharmos para o que ganhamos e desfrutar disso. Este item pode até parecer óbvio, mas não é, pois a maioria das pessoas costuma olhar somente para o que perdeu e se esquece de olhar para o que ganhou. No caso da Cláudia, se ela escolhesse ter um filho, teria que correr o risco de ser substituída por alguém melhor que ela. Por outro lado, a vivência da maternidade poderia ser tão especial para ela que logo veria que sua escolha valeu à pena.

Lembre-se que somos livres para escolher o destino de nossas vidas. Você pode mudar seu projeto a hora que desejar. O importante é que suas escolhas sejam autênticas e conscientes para você. Ter consciência de suas escolhas é o primeiro passo para a sua realização pessoal.

Serviço:

*Por Meiry Kamia é Palestrante, Psicóloga, Mestre em Administração de Empresas, Consultora Organizacional.

(www.meirykamia.com)





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