Colunistas

Profa. Priscilla de F. de Arruda Camargo
Qualidade de Vida
Artigos | Currículo   

No ritmo "incerto"

Considerações da reportagem publicada na Revista Veja em 09/05/01


* Título da Reportagem: "No ritmo certo - O cálculo utilizado até hoje para calcular freqüência cardíaca para exercício está totalmente superado"

De acordo com o artigo da Revista Veja, o que me deixa decepcionada é como a matéria tem um título sensacionalista que instiga os não tão bem-informados e/ou aqueles que não lêem as matérias até o final. A reportagem no subtítulo evoca o termo superada, que para os desavisados, desperta o pensamento que até agora seus treinamentos foram inadequados e/ou errôneos, e não é bem assim !
Que temos que controlar nosso batimento cardíaco durante a prática de atividades físicas é consenso entre médicos, fisiologistas e professores de Educação Física. Para isto este controle é chamado Zona alvo de Treinamento (para nós ZAT.) ou freqüência cardíaca ideal para trabalho. Até agora a fórmula utilizada de Haskell cumpriu seu papel que é a atividade física com segurança e eficácia.
Em 1ºlugar, o estudo citado na reportagem, utilizou testes extenuantes (leia-se máximos) que uma mínima parcela da população tem à disposição pelos motivos como foram citados: dinheiro, tempo e disposição. Na realidade da nossa população a pessoa que irá freqüentar uma academia já tem que ter em mãos um atestado do médico que a acompanha, liberando para a prática de AF. Ao receber o aluno em nossas academias, o teste submáximo (que sabidamente pode ter erro de até 15%) terá como finalidade analisar o comportamento de FC e PA , desde o repouso até o último minuto da recuperação. A partir daí, concomitante aos dados de composição corporal, da anamnese detalhada que é feita e do objetivo do aluno, dificilmente prescreve-se zonas alvos de treino acima dos valores submáximos da fórmula de Haskell por estarmos expondo nosso aluno à riscos desnecessários (sem um teste máximo), já que ele busca ali bem-estar, disposição, estética, saúde, enfim qualidade de vida. Para os casos patológicos graves e atletas de performance, este público não está em academias com um treinamento em grupo, e sim num trabalho totalmente individualizado com exames com alta precisão e dos mais variados tipos, com presença constante de médicos e fisiologistas.
Como diz o estudo, realmente qualquer fórmula generalizante está muito longe do ideal e entre a fórmula de Haskell e nada (leia-se sem a realização do teste máximo ou mesmo submáximo com ou sem eletrocardiograma) é melhor - sem dúvida - a 1ªopção. Para complementar ainda mais a elaboração dos valores da zona alvo de treino (além dos parâmetros já citados), nós da Avaliação Física em Academias ainda nos utilizamos dos valores do duplo produto (repouso e esforço), FC de repouso, evolução da FC a cada minuto e na recuperação e o conforto no exercício, analisado pela escala de cansaço subjetivo de Borg. Isto tudo em condições totalmente acessíveis à nossos alunos com relaçào à custos, horários disponíveis, etc.
A reportagem em seu "Grand-finale" , afirma que enquanto os testes personalizados (leia-se máximos) não se tornam populares e pesquisadores não chegam a um acordo, o melhor é deixar prevalecer o bom-senso . "Estudos sobre preparo físico estão sujeitos à mudanças e servem para orientar pessoas a achar a fórmula mais adequada a seu biotipo e modo de vida" disse Haskell a Veja. "Não a idealizamos para doentes ou atletas" (aqueles que citei do trabalho específco).
Portanto, chamo a atenção que não critico o surgimento de um novo cálculo para a FCmáx, (pelo contrário !) mas sim, para notícias colocadas de modo sensacionalista, que devem ser lidas, analisadas com critério, não desprezando o que se utilizou até hoje com tanto sucesso e segurança. Infelizmente chamadas deste tipo como publicada na Veja, colocam todos num ritmo incerto de treinamento e conceitos.
Claro que respeitando muito o estudo, recomendo que continuemos a orientar nosso aluno de academia com a Avaliação Física realizada na própria, bom senso e princípios aprendidos de treinamento, porque contém dados importantes, que se analisados de forma competente trazem benefícios extraordinários à nossa população. Conforme novos estudos surjam e os testes mais precisos fiquem mais acessíveis com relação à custos de equipamentos e realização, poderemos cada vez mais atingir nosso objetivo principal que é a boa saúde e qualidade de vida dos nossos alunos!









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