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Profa. Priscilla de F. de Arruda Camargo
Qualidade de Vida
Artigos | Currículo   

Limite: você o conhece e o respeita?

01/02/2006

A ideia de beleza e saúde que ronda a cabeça da maioria dos alunos de academia é de assustar. Quase todos sonham com um corpo perfeito, esbelto, músculos definidos e pele bronzeada. Até aí, tudo bem. O problema é querer atingir esse objetivo a qualquer custo e, o que é pior, o mais rápido possível. Com isso esquecem de um "pequeno detalhe": cada pessoa tem o seu limite e devem respeitá-lo.

Muitas conversas que ouço nos corredores das academias são alarmantes. Elas giram em torno de dois inimigos do ser humano nesse fim e início de século: a fita métrica e a balança. A moda agora é malhar muito e tomar aminoácidos, fat burners, gainers, carnitina, vitaminas, anti-oxidantes e outras cápsulas "mágicas" sem orientação e prescrição de médico e/ou nutricionista, acreditando que "vitamina não faz mal" e que aminoácidos não têm contra-indicação nem efeitos colaterais. Pura ilusão...

As mulheres, preocupadas apenas com a balança, quase não comem ou adotam dietas totalmente desbalanceadas. Os homens, de olho na massa muscular, fazem treinamentos exagerados de musculação, ultrapassando seus limites e sem as compensações necessárias. Outro dia estive em um parque da cidade e algumas cenas me chocaram. Vi muitos "atletas de final de semana", a maioria acima do peso ideal, praticando uma modalidade que parece - repito, parece - estar ao alcance de todos. Estou falando da corrida, que é um exercício para quem já está tem um bom condicionamento físico. Cuidado gente !!

E o problema não termina aí. Há ainda quem acredite que sem dor não se melhora o preparo físico. Nada mais errado: dor tem a ver com incômodo, mau-humor e quase sempre é um sinal de problemas ou um aviso de que o corpo está sofrendo com o excesso de exercícios. O exagero sempre faz mal, até quando o assunto é exercício. Está mais do que provado que, para entrar em forma, não se pode ultrapassar os limites. Passar por cima deles é o mesmo que procurar uma lesão ou até problemas bem mais sérios como um infarto.

Qual o jeito certo de fazer as coisas ? Após liberação médica e antes de optar por uma aula ou de suar a camisa na bicicleta ergométrica, procure o Depto. de Avaliação Física da sua academia ou clube (se eles não têm, deveriam ter!). Há 10 anos atuo nesta área, que pode se resumir numa única palavra: orientar. Devem ser feitos testes físicos (resistência muscular e flexibilidade), teste ergométrico (com ou sem eletrocardiograma, pois a liberação médica deve ser antes a academia), avaliação da composição corporal (gordura, massa muscular, massa óssea e residual), avaliação postural e uma anamnese detalhada. Com estes dados o (a) prof.(a) da Avaliação Física poderá analisar os resultados obtidos (por exemplo, comportamento da freqüência cardíaca e pressão arterial em repouso e durante o esforço), explicá-los, conhecer e orientar um hábito alimentar básico mais saudável, elaborar o melhor programa de treinamento, melhores combinações e intensidade de treinamento mais indicada para cada caso e objetivo ! Uma avaliação física completa dura em média 60 minutos, composta de testes e orientação profissional dos resultados obtidos. Tudo para que o aluno se exercite dentro dos seus limites e conquiste seus objetivos sem estresse e, principalmente com saúde.

Quero chamar a atenção para um ponto: é uma grande bobagem arriscar a saúde em nome da beleza. O primeiro passo para se conquistar um corpo mais bonito por fora, é ter uma melhor qualidade de vida (por exemplo com menos estresse!) e cuidar muito bem da saúde através de exercícios físicos orientados e uma alimentação equilibrada e variada. Procure em nossas outras colunas complementos mais profundos, dos assuntos que trataremos de uma maneira abrangente, pois Avaliação Física engloba várias áreas e conceitos ok!



Veja uma entrevista no Programa Mulheres, com Clodovil, sobre AVALIAÇÃO E ORIENTAÇÃO FÍSICA, exibida em 2004











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