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Silvia Bolognani
Comportamento
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O ponto fraco da razão?

Quem nunca viu um amigo super descolado que quando está apaixonado só faz piada sem graça na frente da pretendente? Ou uma amiga elegante e delicada que quer impressionar um mocinho e acaba tropeçando na escada e levando um tombo na frente dele? Essas coisas acontecem porque quando a gente gosta de alguém, a gente quer tanto acertar que acaba perdendo a naturalidade. Querendo tanto que dê certo a gente tenta ser quem não é e estraga tudo!

Acho que isso acontece porque quando a gente tá envolvido de coração desvia toda a capacidade e interesse só pra aquilo que a gente sente, pras coisas que a gente quer, ou espera, ou tem medo. E fica tão concentrado em adivinhar e atingir as expectativas alheias que se esquece de ser espontâneo.

Estar envolvido emocionalmente em uma situação em geral implica em estar vulnerável, entregue, sem as rédeas. Pode ser paixão, decisão profissional, virada na vida, questões familiares, relações de amizade. Se você se importa muito com aquilo, saiba que está em risco de não conseguir lidar de forma razoável.

“Mas você não é psicóloga?” É o que me perguntam sempre. “Pra você não é natural analisar a situação e saber como agir?”. Pena que isso está tão longe da verdade. Quando a gente está mesmo envolvido, acaba fazendo quase tudo errado. Ou atrapalhado. Ou estabanado. Ou agindo de forma ridícula. Ou fazendo coisas estúpidas. E sabe o que é o pior? A dúvida! A gente acha que entendeu tudo, mas daí tudo parece diferente no minuto seguinte.

É difícil confiar em si quando o coração toma conta. É difícil confiar no nosso julgamento, na nossa capacidade de tomar decisões acertadas.

Ai, ai. Tem horas que nosso coração pode ser a nossa própria kryptonita.








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