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Dr. Luiz Felipe Scabar
Saúde Bucal
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Odontologia na Terceira Idade - Odontogeriatria

O avanço da ciência contribuiu para o aumento da qualidade e expectativa de vida, viabilizando o aumento do número de idosos ao longo das décadas.

Segundo a Organização das Nações Unidas “O mundo tem hoje 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. A previsão é que até 2025, este número dobre. E a cifra deve crescer ainda mais até a metade do século, atingindo dois bilhões de idosos. A maioria dessas pessoas vive perto da família e de suas comunidades, mas em condições de vida que ficam longe das ideais. Há cinco anos, a Organização Mundial da Saúde começou um grupo de trabalho sobre o envelhecimento ativo, para melhorar a qualidade de vida dessa população seria necessário oferecer bons serviços de saúde e oportunidades de participação na sociedade”.

O cirurgião-dentista, frente a estes dados, deve ter conhecimento sobre as alterações que ocorrem em virtude do envelhecimento do organismo, conhecer as doenças que afetam o idoso, alterações sistêmicas, psico-sociais, conhecer as principais alterações bucais, medicamentos que estes pacientes utilizam e saber de suas necessidades e expectativas.

Atualmente, no Brasil, existem mais de 15 milhões de idosos e, segundo as projeções, para 2020 espera-se uma população idosa de 30 milhões. Em 1980, existiam cerca de 16 idosos para cada 100 crianças, e em 2000, os dados praticamente dobraram, de 30 idosos para cada 100 crianças.

Um outro dado interessante diz a respeito da feminização da população de idosos, que em 1991 era de 54% e em 2000 passou para 55,1% dado relacionado à expectativa de vida feminina, que é maior em 8 anos que a dos homens. Mas este dado traz um ponto negativo, que é relacionado às doenças, como Alzheimer, que é a quarta causa de morte no mundo desenvolvido e, no Brasil, atinge aproximadamente um milhão de pessoas, com a prevalência pelo sexo feminino, provavelmente pela longevidade.

Porém não só o Alzheimer, mas também outras doenças atingem os idosos, como: diabetes, doenças cardíacas, osteoporose, artrite, mal de Parkinson, câncer, doenças cerebrovasculares e dores orofaciais. Associados às doenças, os idosos trazem outros problemas, como deficiências físicas e mentais, depressão, exclusão social e familiar.

O tratamento odontológico para os idosos difere em relação ao tempo de duração de cada consulta, número de visitas ao consultório ou centro de saúde, preferência pela manhã ou início da tarde, evitar estresse do paciente, mostrar-se sempre pronto a sanar qualquer dúvida ou receios, entre outros aspectos.

O idoso incapaz de realizar sua higiene adequada (por incapacidade física/motora, ou por falta de motivação/orientação), tanto da prótese (se possuir) como dos dentes naturais, perde sua eficiência mastigatória, perde dimensão vertical (altura), não consegue sorrir, isola-se do convívio social, pode entrar em estado de desnutrição, além de adquirir outros distúrbios sistêmicos por não ter sua função normal do sistema estomatognático. A precariedade da higiene oral reflete posteriormente pelo aspecto nutricional, estético e psico-social.

Sempre que for mencionado o tratamento para idosos, o cirurgião-dentista deve estar ciente das várias alterações que ocorrem sistemicamente, repercutindo diretamente ou não na cavidade bucal, sendo necessário um planejamento rigoroso para evitar quaisquer problemas futuros.

Os novos desafios para a área da saúde demandam que o paciente seja visto de uma maneira completa, assim como o é, e não dividido por especialidades e áreas de atuação, portanto para os idosos não se faz diferente. É necessária e imprescindível a atuação multiprofissional para a resolução dos problemas que afetam estes pacientes.

O cirurgião-dentista deve estar atento ao crescente público de idosos, especialmente, aos pacientes institucionalizados. Os idosos institucionalizados recebem tratamento bucal deficitário, necessitando maior e especial atenção pelo profissional de odontologia.

Diferente do antigo e errado conceito onde é “normal” os idosos perderem seus dentes ao longo da vida, devemos educar a população e motivar para que todos cheguem a terceira idade com todos os dentes e com uma saúde bucal excelente.








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