Beleza
A tecla “SAP” dos cosméticos


A data de validade e a correta armazenagem dos produtos cosméticos não são a garantia de poder usar um produto sem causar nenhum dano à pele. Muitas pessoas podem apresentar algumas intercorrências durante a sua utilização. Dentre elas, vermelhidão e coceira, por exemplo. Estes casos ocorrem devido a alguma intolerância ao produto que está sendo usado.



Por isso, é fundamental saber ler e entender o que está escrito no rótulo do seu creme preferido. Por definição, é claro que as formulações cosméticas devem ser seguras. Entretanto, sempre existe a possibilidade da ocorrência de reações adversas, principalmente para pessoas potencialmente propensas. Essas manifestações podem se divididas em três grandes categorias distintas:

Irritação relacionada ao uso de cosméticos - É um processo que geralmente se apresenta como um quadro de eczema (inflamação da pele) - reação alérgica aguda ou crônica. A apresentação clínica da "pele irritada" é definida como uma inflamação localizada, causada por fatores internos e externos. Eventualmente, determinadas formulações cosméticas podem gerar irritação simplesmente por aplicações repetidas, fenômeno denominado "irritação cumulativa ou sensibilização em longo prazo". Produtos esfoliantes físicos, por exemplo, são aqueles que contêm grânulos ou esferas para remover as impurezas da pele. Estes produtos podem causar irritação mecânica pela fricção constante. O uso de alguns sabonetes em barra também pode irritar a pele devido à ação dos tensoativos presentes. Em geral, essas irritações desaparecem rapidamente após a interrupção do uso do produto.

"Existe ainda um tipo especial de irritação onde não ocorre lesão clinicamente visível, porém o paciente se queixa de queimação ou formigamento pela aplicação do cosmético", comenta a Farmacêutica Bioquímica e Diretora Científica da Mezzo Dermocosméticos, Joyce Rodrigues. Os ingredientes que produzem tal fenômeno são: ácido benzoico, hidroxiácidos e o etanol.

Urticária de contato - É uma reação que se apresenta com o desenvolvimento de vermelhidão, coceira e inchaço, cerca de 30 a 60 minutos após a exposição da pele a certos agentes. Se ocorrer em sua forma aguda, pode desaparecer por completo em aproximadamente cinco dias, mas se acontecer de maneira crônica, pode evoluir no decorrer dos dias e permanecer por até 30 dias. Pode ser desencadeada pelo ácido benzoico e ácido cinâmico, geralmente presentes em cosméticos. Metilparabeno, etilpareabeno, hena e persulfato de amônia também são ingredientes que estão associados a esse tipo de reação.

Hipersensibilidade tardia - Os ingredientes fotoalergênicos mais usados em cosméticos são os filtros solares e as fragrâncias. O uso de produtos com estes componentes, em longo prazo, pode desencadear hipersensibilidade na pele.

Fragrâncias - É importante ressaltar o potencial alergênico das fragrâncias. Um quadro relativamente comum, que afeta aproximadamente 1% da população global e pode ocorrer no local da aplicação, em pontos isolados ou até de forma generalizada. Os conservantes adicionados aos cosméticos com a finalidade de prevenir a contaminação por micro-organismos também são agentes que podem induzir reações alérgicas. De todos os preservativos, os ésteres de parabeno são o grupo de maior risco. No entanto, o formaldeído ou libertador de formaldeído, largamente usado, também está fortemente relacionado às reações alérgicas.

Comedogenicidade - É a capacidade de alguns ingredientes favorecerem o aparecimento de cravos na pele, principalmente do rosto. Conheça alguns dos grandes vilões, que podem estar presentes nas composições de produtos cosméticos: Acetlyated Lanolin, Cocoa Butter, Coconut Butter, Isopropyl Myristate, Isopropyl Palmitate, Isopropyl Neonpentanoate, Isopropyl Isotearate, Laureth 4, Myristyl Myristate, Myristyl Lactate e PEG 16 Lanolin.

INCI name - International nomenclature cosmetic ingrediente - Agora é obrigatória a descrição das substâncias segundo a nomenclatura oficial e internacional, por meio do INCI (International Nomenclature Cosmetic Ingredient), o que facilita o reconhecimento no rótulo de qualquer produto do mundo.

Joyce Rodrigues dá dicas na hora de usar o creme:
- Nunca use um cosmético se estiver passando por um processo alérgico.
- Nunca divida cosméticos com outra pessoa.
- Guarde os produtos fora da luz solar direta, longe do calor e com tampas bem fechadas.
- Não adicione líquido em nenhum creme, a não ser que tal instrução esteja presente no rótulo.
- Caso o creme mude de cor ou apresente um odor diferente, descarte-o.
- Evite aditivos que não são aprovados ou recomendados por especialistas, como:

Ureia
Um dos hidratantes mais utilizados em cosméticos, tanto pela sua eficácia, quanto pelo seu baixo preço. Mas, ela é terminantemente proibida para mulheres grávidas, porque o penetra profundamente na pele e tem até mesmo a capacidade de atravessar a placenta, podendo chegar até o feto em formação. Tanto é que, quando a sua dosagem no creme for maior que 3%, a ANVISA exige que seja colocado no rótulo "Não utilizar durante a gravidez". As composições com mais de 10% de ureia também foram proibidas para todos os produtos.

Parabeno
O conservante Parabeno apresenta propriedades estrogênicas, ou seja, se comportam como se fossem o estrogênio, um hormônio feminino, fato verificado em estudo realizado na Universidade de Reading, Reino Unido, e publicado em janeiro de 2004 no Journal of Applied Toxicology. Hoje, o mercado possui conservantes naturais ou mais modernos que, até o momento, demonstraram segurança, permitindo aos formuladores o desenvolvimento de formulações mais seguras. Os parabenos podem ser identificados nas formulações dos cosméticos e desodorantes com diversas nomenclaturas: Parabens, Methylparaben, Ethylparaben, Propylparaben e Butylparaben.

Conservantes liberadores de formol
A exemplo das escovas progressivas, proibidas, a já conhecida toxicidade do formol foi comprovada num estudo realizado no Departamento de Dermatologia da Universidade de Debrecen, Hungria e publicado no periódico "Experimental Dermatology", em maio de 2004, revelou que o formol pode contribuir para o aparecimento de câncer induzido pela radiação ultravioleta do sol. Basta observar cuidadosamente os rótulos das embalagens, procurando pelas seguintes substâncias: quatérnium-15, diazolidinil hora, imidazolidinil ureia e DMDM hidantoína.

Propilenoglicol
Como diluente de várias substâncias, ele pode ser muito usado nas formulações dos cosméticos. O perigo de seu uso está nos problemas de pele que ele pode desencadear nas pessoas, como alergias e irritações. Um estudo realizado com 45.138 pacientes na Universidade de Göttingen, Alemanha e publicado no periódico "Contact Dermatitis", em novembro de 2005, confirmou o potencial sensibilizante (potencial para causar alergias) do propilenoglicol, confirmado por um outro estudo realizado no Departamento de Dermatologia do Hospital Osaka Red Cross, Japão e publicado no periódico "International Journal of Dermatology", também em 2005. Para saber se o seu produto cosmético contém propilenoglicol na composição, verifique a palavra propylene glycol no rótulo traseiro da embalagem.

Óleo mineral e outros derivados do petróleo
Os óleos minerais, derivados do petróleo, estão presentes na maioria dos produtos cosméticos, devido sua propriedade hidratante para a pele. Entretanto, estudos recentes vêm associando esses componentes ao aumento da mortalidade por diversos tipos de câncer, devido à presença de um composto chamado 1,4-dioxano, uma substância cancerígena, segundo estudos publicados nos periódicos "American Journal of Industrial Medicine" (Departamento de Epidemiologia, Escola de Saúde Pública, Los Angeles, CA outubro de 2005), "Contact Dermatitis" (Departamento de Dermatologia, Nagoya City University Medical School, Japão, abril de 1989) e "Regulatory Toxicology and Pharmacology" (outubro de 2003). Procure no rótulo traseiro as palavras paraffin oil e mineral oil.







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