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03/06/2011
Depressão não tratada provoca perdas cognitivas

A depressão é uma doença crônica e degenerativa que atinge cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 17 milhões apenas no Brasil, considerada uma das doenças mais incapacitantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A complexidade da patologia leva a dificuldades no diagnóstico, pois o paciente depressivo pode apresentar um leque amplo de sintomas psíquicos e físicos. Entre eles, destacam-se a tristeza permanente, anedonia (incapacidade de sentir prazer ou satisfação), ideias suicidas, alterações cognitivas, alterações no sono, dificuldade de concentração, insegurança, sensação de fadiga, perda de energia, dor física e lentidão ou agitação. A manifestação da doença varia de paciente para paciente.

“A depressão ainda é subdiagnosticada e pouco tratada, somente um quinto dos pacientes deprimidos recebem tratamento adequado. A doença é frequentemente confundida com outras que possuem sintomas semelhantes – como estresse e ansiedade – ou com simples tristeza (decorrentes de luto e perdas) ou ainda com a fase depressiva do transtorno bipolar. E para complicar, cada paciente apresenta uma combinação diferente de sintomas, o que pode confundir o médico”, explica Hamilton Grabowski, pesquisador clínico e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. O especialista ressalta que a patologia também pode vir mascarada em sinais dolorosos e, muitas vezes, não se percebe que além do físico, há a necessidade de tratar a mente. Ou seja, o paciente se queixa de dor, mas os outros sintomas psíquicos característicos da doença não estão aparentes.

Para o Dr. Grabowski, é importante que a investigação sobre o estado do paciente seja minuciosa e considere inclusive histórico familiar de doenças mentais, abuso de substâncias (drogas e álcool) e sinais físicos que as pessoas tendem a omitir dos médicos por não julgarem relevantes. Quando negligenciada, a depressão pode ter consequências para o resto da vida. Estudos comprovam que, com o passar dos anos, pessoas depressivas não tratadas sofrem perdas cerebrais irreversíveis, resultando em déficits cognitivos significativos.

“A pior implicação para o indivíduo que não trata a depressão é a diminuição da sua qualidade de vida e do seu desempenho psíquico ao longo dos anos, além do risco de suicídio”, enfatiza o médico.

Como a depressão é uma doença crônica, que aparece em episódios, a recomendação é que o tratamento com antidepressivos seja feito até a remissão da doença, ou seja, quando o paciente tem a melhora total e retorna ao mesmo estado de bem-estar em que se encontrava antes da depressão. Porém, é comum que depois de algum tempo a doença se manifeste novamente e com maior intensidade que da vez anterior. Nesses casos, a indicação é o tratamento medicamentoso de uso contínuo.

Atualmente, existem várias classes de antidepressivos no mercado, tais como: tricíclicos, inibidores de recaptação da serotonina (IRS’S), duais (inibidores duplos de recaptação de serotonina e noradrenalina) ou com ação em receptores de melatonina, entre outros. Os tricíclicos atuam nos três neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina), contudo, induzem a vários efeitos colaterais devido a sua inespecificidade. Os inibidores de recaptação da serotonina agem apenas em um neurotransmissor e, por este motivo, os efeitos colaterais são brandos. Já os duais, como a duloxetina, são medicamentos mais modernos que agem diretamente na serotonina e noradrenalina, além de serem indicados para tratar outros problemas como dores crônicas presentes em fibromialgia, osteoartrite de joelho e lombalgia. Frequentemente as dores físicas estão diretamente ligadas à depressão.





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