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07/05/2010
Endometriose, como enfrentar?

Você sabe o que é endometriose? Quais são os sintomas dessa doença e qual o impacto no dia-a-dia da mulher? Caracterizada como o mal da mulher moderna, a endometriose é considerada por muitos a principal causa de infertilidade feminina e uma doença que afeta uma em cada dez mulheres em idade fértil, ou seja, cerca de seis milhões de brasileiras. Estima-se que de 10% a 15% das mulheres em idade fértil apresentam a doença.

A endometriose é a presença de endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina e que é expelido durante a menstruação, fora do útero. “O útero de toda mulher é revestido, internamente, por uma camada de tecido chamado endométrio, local onde o óvulo, quando fecundado, aloja-se para iniciar a gravidez. Caso a gravidez não ocorra, o endométrio é expelido durante a menstruação. Em algumas mulheres, as células do endométrio podem aparecer e crescer fora do útero, estabelecendo assim a endometriose”, explica o presidente da Associação Brasileira de Endometriose, Dr. Maurício Simões Abrão.

As causas da endometriose ainda não são totalmente conhecidas, mas as mais prováveis são a genética, o fluxo menstrual retrógrado (saída de uma pequena quantidade de sangue menstrual pelas trompas uterinas), a imunidade e o estresse. Alguns indícios sugerem que mulheres ansiosas, com alto grau de estresse estão mais propensas a desenvolver a doença. Porém, a principal característica comportamental que predispõe à doença é, sem dúvida, a postergação, cada vez mais frequente, da maternidade. “Hoje, uma mulher tem 400 menstruações ao longo de sua idade fértil, contra 40, no início do século XX. Antes, as mulheres tinham mais gestações, ou seja, tinham menos endométrio disponível e, consequentemente, menos incidência de endometriose”, comenta Dr. Abrão.

Cólicas menstruais intensas, sangramento abundante ou irregular, ou outros sintomas durante as menstruações como náuseas, diarréia e constipação são alguns dos sinais da endometriose. Mas os principais sintomas da doença são a dor durante a menstruação e no ato sexual. A endometriose é bastante sintomática. Entretanto, apenas o fato de não conseguir engravidar gera a suspeita de que essa mulher pode ter endometriose. De acordo com o Dr. Abrão, apenas cerca de 10% das mulheres não têm sintomas, o que pode fazer com que a doença evolua e aumente as chances de prejuízo à fertilidade da mulher.

Antes de descobrir que têm endometriose, é muito comum que as mulheres passem por um longo período de sofrimento, que pode ter graves consequências. O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico da doença é de mais de sete anos, por isso aumentar o conhecimento das mulheres é muito importante. “Em muitos casos, o diagnóstico tardio pode causar infertilidade. Isso pode acontecer quando há acometimento das trompas, órgão que conduz o óvulo ao útero, além de poder se associar a alterações hormonais e imunológicas que dificultariam a gestação. Estudos indicam que 50% das mulheres que têm endometriose não conseguem engravidar e, só quando buscam ajuda médica para ter filhos, descobrem que são portadoras da doença”, alerta.

A melhor prevenção é a mulher ficar atenta à dor, seja durante a menstruação ou nas relações sexuais, e procurar um médico ginecologista o mais rápido possível, pois quanto mais cedo se detecta a doença, mais rápido um tratamento adequado poderá ser iniciado. Vale reforçar que a endometriose pode surgir já na adolescência. Por isso, cólicas intensas devem ser acompanhadas e podem ser um indício importante da doença.

O diagnóstico da doença é clínico, complementado por exames por imagem, como ultrassom, ressonância ou ecoendoscopia. No Brasil foram desenvolvidos métodos de usar o ultrassom para se diagnosticar uma forma mais agressiva da doença, que tem sido muito aceito no mundo inteiro e tem ajudado os médicos a definir a estratégia terapêutica, com grande benefício para as pacientes.

Hoje, a endometriose pode ser tratada de duas formas: cirurgicamente, por meio de laparoscopia, ou por meio de medicações, que bloqueiam a produção dos hormônios femininos, responsáveis pelo ciclo menstrual.

Fact Sheet – Endometriose

· A endometriose é uma doença caracterizada pela presença do endométrio, tecido que reveste o útero e que é liberado durante a menstruação, em outros órgãos do corpo. Uma das hipóteses do surgimento desta patologia é o refluxo do endométrio descartado na menstruação pelas trompas uterinas, podendo-se implantar no interior do abdômen. Os locais mais comuns de aparecimento desses focos são os ovários, os ligamentos uterinos, o intestino, a bexiga, o apêndice e a vagina.

· O principal sintoma é a dor durante a menstruação, podendo ser intensa ou não. Mas, as portadoras de endometriose se queixam frequentemente de dor pélvica crônica, infertilidade, irregularidade menstrual e dor durante a relação sexual.

· Algumas mulheres relatam também alterações urinárias e intestinais cíclicas, como dor durante a evacuação, diarréia, dor durante a micção no período menstrual e aumento da freqüência miccional.

· A endometriose não tem cura, mas existem diversas formas de tratamento (cirúrgico e/ou medicamentoso), com o objetivo de aliviar a dor, reverter a progressão da doença, e preservar ou restaurar a fertilidade.

Estatísticas:

· De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose (SBE), de 10% a 15% das mulheres em idade fértil apresentam a doença, ou seja, cerca de 6 milhões de brasileiras.

· Segundo a SBE, estudos indicam que 50% das mulheres que têm endometriose não conseguem engravidar e só quando buscam a ajuda médica para ter filhos, descobrem que são portadoras da doença.

· A endometriose é a principal causa de infertilidade entre mulheres acima dos 25 anos.

· Cerca de 10% das mulheres não têm sintomas.

· Um estudo brasileiro apresentado no Congresso Mundial de Endometriose, em 2008, apontou que o período entre o início dos sintomas, o diagnóstico da doença e o tratamento é de aproximadamente oito anos. Quando a queixa de dor começa na adolescência, esse intervalo aumenta para 12 anos.

· Hoje, entende-se que existem mais casos de endometriose porque a mulher menstrua mais – porque retarda a maternidade e tem menos filhos – e são mais estressadas. No século passado, a mulher menstruava cerca de 40 vezes. Hoje as mulheres têm, em média, 400 menstruações.

· Há um fator socioeconômico e cultural associado à endometriose. Em um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, identificou-se que mulheres com um grau de instrução maior tendem a desenvolver mais endometriose que as que têm um grau de instrução menor.

Veja mais sobre o assunto em nossa coluna de Saúde Feminina com Prof. Dr. Mauricio Simões Abrão





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