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12/06/2006 Você sabe o que é e para que serve um teste ergoespirométrico? A ergoespirometria – combinação de espirometria e ergometria – não é um procedimento científico novo. Os primeiros estudos ergoespirométricos feitos por Lavoisier podem ser de 1790. O termo foi derivado da escola germânica e introduzido por Knipping em 1929. Mas foi somente a partir de 1950 que a instrumentação alcançou níveis científicos mais elevados, possibilitando uma maior aplicação técnica. É interessante constatar que, muito embora o limiar anaeróbico seja uma variável de grande relevância para a prescrição do exercício, ainda existe considerável discordância sobre os mecanismos responsáveis pela quantificação e determinação precisa. No meio da atividade física, a determinação do limiar anaeróbico tem sido o fator propulsionador da ergoespirometria, notadamente para avaliação de atletas. Mas o que é o limiar anaeróbico (LA)? Este limiar pode ser conceituado, de uma maneira simples, como um valor limite onde o organismo começa a acumular o ácido láctico na musculatura, causando fadiga e obrigando você a interromper o exercício. Todavia, atualmente a ergoespirometria pode ser importante também para a avaliação funcional de pacientes cardiopatas e pneumopatas do que para a dos atletas, especialmente no que se refere ao diagnóstico diferencial da dispnéia (dificuldade em respirar) e da intolerância ao esforço. Conforme é representado em literatura no esquema de Wasserman, a capacidade de utilização do oxigênio e de eliminação do gás carbônico produzido pelo metabolismo depende da integração e funcionamento de vários sistemas e, mais particularmente, dos aparatos cardiovascular e respiratório. Dessa forma, não é de se estranhar que informações cardiorrespiratórias colhidas durante o exercício possam ser de utilidade clínica. A quantificação precisa da potência aeróbica máxima (VO2máx) através da ergoespirometria representa a vantagem mais óbvia em relação à ergometria convencional (na qual estima-se a condição aeróbica a partir de equações em que o trabalho máximo realizado é a principal variável). Acredita-se que o erro típico na predição da potência aeróbica máxima por esses métodos situe-se, pelo menos, entre 10 a 20% - o que é inaceitável dentro do ponto de vista científico, mas para a prescrição de exercícios para praticantes não atletas conseguimos atingir nossos objetivos perfeitamente. A determinação do limiar anaeróbico – índice mais relacionado à eficiência aeróbica, e à capacidade laborativa e desportiva e ainda mais treinável do que a potência aeróbica máxima – representa uma outra importante razão para a realização da ergoespirometria, especialmente para a prescrição do exercício. A possibilidade de identificar a etiologia da dispnéia associada ao exercício é exclusiva da ergoespirometria. Certamente, a ergoespirometria não se trata de um luxo (ainda que bastante caro!), sendo ainda opcional em alguns casos e uma necessidade em outros, especialmente quando se precisa: (1) quantificar precisamente a condição aeróbica; (2) determinar o limiar anaeróbico; (3) quantificar resultados de intervenções terapêuticas sobre a capacidade de se exercitar; (4) avaliar o inotropismo cardíaco ao esforço de modo não-invasivo; (5) avaliar a relação ventilação-perfusão durante o esforço; (6) determinar a eficiência mecânica durante o exercício e, (7) determinar a etiologia da dispnéia e da intolerância ao esforço. Portanto, se você for saudável e quiser praticar exercícios com objetivo de condicionamento, não se preocupe em fazer um ergoespirométrico, pois um ergométrico submáximo vai ser perfeitamente útil para atender suas necessidades. Veja mais sobre o assunto em nossa coluna de Avaliação e Orientação Física com Profa. Priscilla de F. de Arruda Camargo, na coluna de José Carlos Altieri com Dicas de Atividade Física e na coluna de Corrida com Prof. Emerson Vilela |
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