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16/02/2009
Você se incomoda com o barulho?

A exposição exagerada do sistema auditivo humano aos vários tipos de barulho acelera o processo de perda de audição e causa outros problemas na vida das pessoas. “A perda de audição pode causar distúrbios psicológicos e problemas de comunicação”, explica o otorrinolaringologista Aníbal Arrais, do Hospital Santa Paula. Dr. Mauricio Kurc, também otorrinolaringologista, do Hospital Albert Einstein esclarece que, além dos problemas citados por Dr. Aníbal, “as lesões na cóclea, onde são processadas todas as frequências que o ouvido humano é capaz de distinguir, ou seja de 20 a 20.000 Hz, é na própria cóclea que se faz a discriminação fina do som e a alta sensibilidade que possuímos a sons bem baixos, ou seja no limiar auditivo, portanto estes efeitos físicos de lesão na cóclea são bem problemáticos”.

“Os efeitos psicológicos da perda de audição se manifestam de duas formas bastante claras. Há pessoas que de fato escutam menos, como os idosos. Nesse caso, o isolamento é comum. O paciente evita o convívio com a família e deixa de participar de reuniões e eventos. Isso faz com que a depressão e a insônia se instalem rapidamente”, diz o especialista Dr. Aníbal.

Segundo Arrais, a segunda forma está relacionada com as pessoas que escutam sem entender. “É aquele indivíduo que está sempre pedindo para o outro repetir o que acabou de falar, porque não entendeu a mensagem corretamente. Nesse caso, predomina a irritação e o nervosismo. O paciente acaba inclusive se sentindo frustrado, porque consegue escutar, mas não entende a conversa ou o que está sendo falado na televisão”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 10% da população mundial apresentam algum tipo de deficiência auditiva. Na opinião do médico, as causas estão relacionadas com a exposição cumulativa ao barulho. “As pessoas são submetidas a diversos tipos de ruído todos os dias, tanto em suas casas, como nos locais de trabalho e vias públicas. O ronco do motor de carros e motos, sirenes, buzinas, aparelhos domésticos, lugares agitados, bares com música ao vivo, e principalmente os fones de ouvido utilizados com aparelhos eletrônicos e celulares são os grandes responsáveis pela perda gradativa da audição”.

Segundo o doutor Arrais, os problemas auditivos e seus desdobramentos variam de acordo com o grau de exposição. “No início, as pessoas costumam apresentar perdas temporárias que duram entre 12 e 14 horas, sendo restabelecidas em seguida. Quando o problema evolui, as perdas se tornam mais freqüentes e longas, com o surgimento de ruídos nos ouvidos. A audição não é restabelecida por completo e a perda se torna permanente. Na velhice, trata-se de um problema bastante comum e que pode ser contornado”.

O especialista ressalta a preocupação com a identificação dos sintomas. “Por ser um efeito cumulativo, muitas vezes a pessoa não percebe as mudanças no grau da audição e se habitua ao problema”. Portanto, é preciso ficar atento a mudanças quase imperceptíveis relacionadas ao entendimento dos sons e sua sensibilidade. “A qualquer alteração, um especialista deve ser consultado. Normalmente, é através de um exame de audiometria que se detecta o tipo e o grau da perda auditiva”, explica Arrais.

Dr. Mauricio Kurc, do Hospital israelita Albert Einstein em São Paulo, diz que “já se sabe há muito tempo que existem diferenças individuais de sensibilidade à lesão induzida por níveis altos de som. Porém, o que é um conhecimento bem novo, é que estudos genéticos vem demonstrando que essa sensibilidade individual pode ser devido à susceptibilidades geneticamente determinadas”. “Existem indivíduos que têm variações genéticas, chamadas de polimorfismos, que normalmente não causam nenhum problema, mas quando esses indivíduos são expostos à níveis elevados de pressão sonora, por exemplo, no trânsito, no trabalho, ou mesmo com Ipods, desenvolvem maior lesão auditiva que as outras pessoas que não têm esses polimorfismos.
Num futuro bem próximo, será possível determinar antecipadamente, quem é mais susceptível, finaliza Dr. Kurc.

Fontes:

1) Prof. Dr. Aníbal Arrais é médico otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula (www.santapaula.com.br)

2) Prof. Dr. Mauricio Kurc, é médico otorrinolaringologista do Hospital Albert Einstein e colunista do Site Sentir Bem



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