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17/12/2007
Dieta desintoxicante, qual o objetivo?

Dieta desintoxicante: só vale para aliviar a consciência!

Com certeza, você já viu manchetes como estas:

- “Após o Natal e o Reveillon, siga uma dieta desintoxicante para voltar à forma”

- “Conheça a maravilhosa dieta desintoxicante que vai limpar o seu organismo”

- “Dieta dos chás, para desintoxicar...”

Será que comer muito deixa alguém intoxicado? Existem dietas ou alimentos desintoxicantes? As toxinas são substâncias produzidas por agentes patogênicos, principalmente por bactérias, que eventualmente podem contaminar alimentos e causar muito mal à saúde das pessoas. “Muitas vezes, a toxina é muito mais agressiva do que a própria bactéria que a produziu. Assim é com a toxina que causa a cólera, o botulismo, o tétano, a difteria ou coqueluche. Assim também ocorre com cepas toxigênicas de bactérias que causam diarréia. Essa é a única forma de um alimento causar intoxicação, quando ele está contaminado por toxinas”, esclarece a endocrinologista e nutróloga Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.

Outra forma de intoxicação do organismo é a intoxicação alcoólica. “O álcool, quando ingerido em excesso, pode agredir as células do fígado causando uma intoxicação aguda, chegando até a causar hepatite alcoólica. Em nível cerebral pode exercer efeito estimulante na primeira fase de ingestão, seguida de efeito depressor quando se prolonga o consumo, podendo chegar ao coma alcoólico”, explica a médica.

Excesso de alimentos ≠ intoxicação

"Comer demais não intoxica o organismo. A menos que a comida esteja estragada, envenenada ou contaminada”, afirma Ellen Paiva. Mesmo durante as festas de final de ano, quando se comemora com muita comida, geralmente rica em gorduras, sal em excesso, doces variados, não há intoxicação alimentar.

“Há ganho de peso pelo excesso calórico, desidratação causada pelo excesso de álcool, retenção de líquidos devido ao excesso de sal. E muito mal estar devido a tudo isso junto. Podemos ter problemas digestivos por ultrapassar a nossa capacidade digestiva, mas não nos intoxicamos”, diz a médica.

Em épocas festivas, as pessoas assimilam muito facilmente a idéia de que uma dieta milagrosa possa salvá-las dos abusos alimentares cometidos. “Não existe especificamente esta dieta. Nenhuma dieta ‘limpa’ o organismo porque ele não está sujo. Só há excesso de produtos gerados com o metabolismo celular e esses são normalmente eliminados pelo organismo. Nenhuma dieta elimina toxinas, simplesmente porque não há toxinas a serem eliminadas”, reforça a diretora do Citen.

Toxinas x radicais livres

A confusão, segundo Ellen Paiva, é ainda maior quando misturam-se toxinas com radicais livres. “São coisas completamente diferentes. Mesmo dentro do meio acadêmico ainda restam muitas dúvidas sobre os radicais livres. Sabemos que eles são formados a partir do metabolismo celular e da respiração celular e estão ligados à principal teoria do envelhecimento e das doenças crônico-degenerativas. Logo, respirar e comer geram radicais livres. Não há como viver sem eles, pelo menos por enquanto. Não há dieta que os reduza ou que ‘livre nosso corpo’ da presença deles”, explica a endocrinologista Ellen Paiva. “Comer pouco, sim, é a única forma razoavelmente comprovada cientificamente para reduzir a formação desses compostos presumivelmente deletérios à saúde”, completa.

Para combater os excessos

“Como não existe dieta desintoxicante, só podemos classificá-la na categoria de modismos ou na de uma forma pouco convincente de nos redimir dos excessos alimentares e da culpa que eles nos causam. Ao invés de seguir as orientações pouco ortodoxas dessas dietas esdrúxulas, as pessoas devem procurar comer menos e se hidratar mais”, afirma Ellen Paiva.

Segundo a diretora do Citen, o consumo de grande quantidade de alimentos não deve ser seguido de atitudes compensatórias como jejuns ou dietas líquidas ou de grande restrição calórica como fazem as pessoas nos quadros de bulimia nervosa, que jejuam, consomem apenas líquidos e vomitam como uma forma de purgação. “Ao invés disso, devemos nos hidratar bem com água, chás e sucos, de acordo com nossas preferências e comer normalmente: sem exageros ou restrições no dia seguinte, respeitando as regras dos bons hábitos alimentares”, recomenda a médica. Uma vez que o excesso alimentar já foi cometido, só resta “tentar melhorar as escolhas, na próxima ocasião festiva, pois ainda teremos muitos motivos para comemorar em 2008”, afirma Ellen Paiva.






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