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12/11/2007
Hepatites virais

Maior evento nacional da especialidade na América Latina, realizado em Ouro Preto (MG), no mês de outubro, contou com a presença das principais autoridades mundiais no assunto debatendo os resultados do Estudo de Base Populacional das Hepatites Virais A, B e C nas capitais do Brasil e também do Inquérito Brasileiro sobre Hepatite B.

As hepatites B e C têm grande importância médica porque podem causar cirrose (doença que acarreta gradual perda de funcionamento do fígado levando à morte ou ao transplante) e câncer do fígado. São doenças geralmente silenciosas, que passam desapercebidas e causam seqüelas. Podem ser diagnosticadas por exames de sangue simples, disponíveis no SUS: o teste HBsAg (para hepatite B) e o anti-HCV (para hepatite C).

Há no mundo 350 milhões de pessoas com hepatite B crônica, 200 milhões com hepatite C e “apenas” 40 milhões com Aids. No Brasil há 2 milhões de pessoas com hepatite B crônica e 600 mil indivíduos evoluirão ou já têm cirrose hepática.

A hepatite B é transmitida pelo sexo, pelo sangue (por meio de material contaminado) ou pela mãe que tenha o vírus. Há 2 décadas existe vacina altamente eficaz, disponível na rede pública para pessoas com até 19 anos. Acima dessa idade, as pessoas devem comprá-la.

Há programas de vacinação em andamento, mas estes são insuficientes e, além disso, a divulgação é precária. Com isso, o diagnóstico também é menor e o gasto com tratamento é baixo. Pergunte ao jovem a seu lado se ele se vacinou contra hepatite B. A resposta freqüentemente será “não” ou “não sei...”. O protocolo do Ministério da Saúde para tratamento da hepatite B está desatualizado e não contempla os medicamentos mais eficazes, como indicou, no evento, a Professora Anna Lok, maior autoridade mundial no tema.

A hepatite C, por sua vez, acomete mais de 2,5 milhões de brasileiros, dos quais 500 mil evoluirão ou já estão com cirrose. Muitos terão câncer do fígado. Estima-se que tais cifras duplicarão até o ano 2020. Transmitida, sobretudo pelo sangue (objetos perfurantes não descartáveis e contaminados, como agulhas, piercings, tatuagens, alicates de cutículas e lâminas de barbear compartilhados), ainda uma possui vacina protetora. No entanto, 56 por cento dos pacientes podem ser curados por meio de medicamentos fornecidos pelo SUS. Porém, o número de pessoas tratadas está muito aquém do necessário.

O médico João Galizzi Filho, Presidente do XIX Congresso Brasileiro de Hepatologia e Presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, que muito apropriadamente afirma que “É importante lembrar que a cirrose e o câncer por hepatite C já matam mais que a Aids. Os brasileiros com hepatite B precisam ter acesso aos medicamentos mais potentes. A divulgação precisa ser expressiva e constante na mídia, nas escolas, nas empresas e nos lares, para que haja prevenção e tratamento eficazes! Vacinação sistemática, hábitos de vida saudáveis, sexo com proteção e uso de objetos perfurantes sempre descartáveis são as principais medidas de prevenção das hepatites B e C. Por outro lado, vale à pena diagnosticar, pois vale à pena tratar. E lembrando sempre: ‘o fígado sofre calado!’”.

Os debates realizados durante o XIX Congresso Brasileiro de Hepatologia, realizado no mês de outubro, em Ouro Preto, discutiram questões fundamentais sobre as hepatites virais no país. Este evento, que é o maior da especialidade na América Latina, contou com a presença das principais autoridades mundiais no assunto debatendo os resultados do Estudo de Base Populacional das Hepatites Virais A, B e C nas capitais do Brasil e, também, do Inquérito Brasileiro sobre Hepatite B.

O Programa Nacional para o Controle e a Prevenção das Hepatites Virais tem se esforçado, mas o investimento é pequeno. Os debates em Ouro Preto concluíram que, no momento em que se discute os destinos da CPMF, o Governo precisa dedicar às hepatites B e C a mesma atenção dada à Aids, cujo programa de prevenção e tratamento é referência mundial.





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