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17/09/2007
A dieta contribui para manter o coração saudável

Último domingo do mês de setembro - Dia Mundial do Coração

Por mais que o ser humano resista em compreender a influência do estilo de vida como determinante da saúde cardiovascular, as evidências científicas são cada vez mais contundentes em revelar que ter um coração saudável ou doente é uma questão de escolha pessoal e não uma fatalidade. Sabemos que a maioria das mortes por doenças cardiovasculares, em geral, e por infarto agudo do miocárdio, em especial, poderia ser evitada, caso houvesse uma intervenção precoce no sentido de esclarecer e mudar o estilo de vida destes pacientes. “A prevenção de doenças só é possível ser realizada quando conseguimos esclarecer as pessoas das possibilidades de realizarmos modificações em seu estilo de vida, sem que isso signifique restringir todo o prazer e a sociabilidade delas”, explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional.

O estilo de vida de uma pessoa é influenciando por muitos fatores: atividade física, tabagismo, alimentação... “A alimentação é de fundamental importância na prevenção e no tratamento das doenças cardiovasculares, uma vez que interfere nos vários mecanismos causadores das doenças do coração, tais como o aumento do colesterol e da pressão arterial, a tendência para arritmias cardíacas, a redução da sensibilidade à insulina e o aumento do peso corporal”, destaca a médica.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia fala em epidemia de infartos em jovens do sexo feminino. Hoje, é a primeira causa de mortalidade em mulheres. Há uma década, para cada dez infartos do miocárdio, nove ocorriam em homens e somente um em mulheres. Hoje, esta proporção aumentou de seis para um.

Atenção ao consumo de gorduras

Apesar da crença tão difundida de que as gorduras fazem mal ao coração, os trabalhos científicos recentes têm mostrado, com consistência, que esta regra tem exceções. Todas as vezes que reduzimos as gorduras da dieta, reduzimos não só o colesterol ruim (LDL), mas também o bom colesterol (HDL), importante para a saúde. Além disso, quando reduzimos as gorduras da dieta, necessariamente aumentamos a quantidade de carboidratos em nossa alimentação, o que contribui para o aumento dos triglicérides, que também influenciarão no aumento do colesterol total do organismo. “Essas evidências têm nos levado a ser menos rigorosos em nossa orientação nutricional em relação ao conteúdo total de gorduras das dietas, sempre tendo em vista que manter o HDL elevado é bom para o coração”, explica a médica.

“A quantidade adequada de gorduras das dietas deve ser fixada em torno de 30% do total das calorias ingeridas diariamente. O que determina a saúde cardiovascular é o tipo de gordura que colocamos no prato”, defende a endocrinologista Ellen Paiva. Neste sentido, o grande vilão são as gorduras saturadas, aquelas encontradas nas carnes vermelhas, principalmente nos cortes da picanha, contrafilé, filé mignon, costelas, cupim, nas peles do frango, no torresmo, nos embutidos, no leite integral, nos queijos amarelos, no óleo de dendê e até no coco. “Este tipo de gordura, dita saturada, é capaz de elevar a produção do colesterol, o maior vilão na formação das placas que podem obstruir as artérias coronárias causando o infarto. Por tudo isso, a ingestão de gorduras saturadas deve ser restrita, no sentido de proteger a saúde cardiovascular”, diz a diretora do Citen.

Outro tipo de gordura potencialmente lesiva ao coração é a famosa gordura hidrogenada (Trans). Essa é produzida industrialmente e mostrou-se ainda pior que a gordura saturada, pois além de aumentar o LDL, ela reduz o HDL colesterol. Atualmente, a legislação de vários paises, inclusive a do Brasil, tem tentado restringir a utilização desse tipo de gordura na fabricação dos alimentos industrializados, após a constatação do seu poder lesivo ao coração. Isso é feito através da obrigatoriedade de se definir no rótulo dos alimentos a quantidade de gordura trans que eles possuem. “A orientação nutricional com relação a essa gordura é evitar qualquer alimento que se utilize dela na sua fabricação”, afirma Ellen Paiva.

Como estamos falando da prevenção de doenças, é importante reforçar que nem todas as gorduras são deletérias. Vale lembrar do potencial beneficio das gorduras insaturadas, aquelas encontradas nos óleos vegetais, azeite de oliva, nozes, castanhas, sementes oleaginosas (linhaça) e peixes de água fria (salmão, atum, truta, arenque, cavala e sardinha). “O consumo dessas gorduras, incluindo o azeite, não aumenta o HDL colesterol, como muitos pensam. Seu maior benefício refere-se ao papel de proteção cardiovascular que elas exercem, pela redução do LDL colesterol. Logo, reduzir simplesmente as gorduras da dieta, de uma maneira geral, não exerce efeito protetor ao coração, isso se consegue através do consumo preferencial das gorduras insaturadas, em detrimento das saturadas”, reforça Ellen Paiva, que também é nutróloga.

Em tese, as mulheres estariam relativamente protegidas de doenças do coração, pelas ações dos hormônios sexuais femininos, até a menopausa. A prática médica revela o contrário: o estilo de vida e outras agressões do meio ambiente as tornam mais expostas às doenças cardiovasculares, minimizando a ação hormonal protetora.

Outras fontes de proteção cardiovascular

É atualmente incontestável o poder protetor cardiovascular da inclusão de frutas e vegetais na dieta, por isso recomenda-se um consumo diário de 3-4 porções desses alimentos por dia. “Esses alimentos exercem seu poder protetor, muito provavelmente, pela sua riqueza em fibras, minerais e vitaminas antioxidantes. Outros componentes das frutas e vegetais, que estão atualmente em evidência no papel de proteção cardiovascular. Entre eles, destacamos os carotenos e o licopeno, genericamente denominados carotenóides, cujo poder antioxidante têm sido relacionados a esse efeito protetor”, explica Ellen Paiva. A médica ressalta que de nada valem as longas formulações vitamínicas, muitas vezes, tomadas em doses muito acima das recomendações, com o intuito de protegerem o coração. As pesquisas científicas revelam que elas não protegem o coração de doenças e podem até ser prejudiciais à saúde.

Nessa mesma linha de atuação, podemos contar com os grãos integrais, que ao contrário dos refinados, estão associados a um menor risco de doenças cardiovasculares, estando, portanto, indicados em toda dieta saudável para o coração. “Essa orientação não significa ter uma dieta somente com alimentos integrais, pois a substituição de pelo menos um dos alimentos diários pela sua versão integral já causa um grande impacto à saúde cardiovascular”, reforça a médica.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a mortalidade entre mulheres, provocada por infarto e por acidente vascular cerebral, é duas vezes mais elevada do que por todos os tipos de câncer somados.

A importância do controle calórico

“Mesmo se seguirmos todas as orientações nutricionais para a proteção cardiovascular, pouco conseguiremos se ingerirmos calorias em excesso. Ainda que nossos excessos sejam às custas da ingestão de alimentos saudáveis, nutritivos e recomendáveis para a proteção do coração”, alerta a médica. Todas as medidas preventivas sucumbem à obesidade, pois ela está relacionada a todas as doenças que comprometem a saúde cardiovascular.

“Se pudéssemos resumir em três, as estratégias e orientações nutricionais para a prevenção de doenças cardiovasculares estas seriam: substituir as gorduras saturadas e hidrogenadas pelas gorduras insaturadas, através da ingestão de óleos vegetais e peixes; aumentar o consumo de frutas, vegetais, nozes e grãos integrais e alcançar e manter o peso ideal”, defende a endocrinologista Ellen Paiva.

SERVIÇO:
CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional
Endereço: Rua Vergueiro, 2564.
Vila Mariana - São Paulo-SP
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Telefone: (11) 5579 1561/5904 3273





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