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06/08/2007
Exercícios e gripe

Muitas pessoas vão à academia se exercitar alegando que o exercício vai "desintoxicar". Cuidado! Dependendo da intensidade, o mesmo pode vulnerabilizar ainda mais o organismo.

Um estudo publicado há sete anos no jornal do American College of Sports Medicine constatou: o exercício, quando praticado com regularidade e num ritmo agradável, diminui as chances da pessoa pegar infecções.

Porém exagerar causa o efeito contrário. Os atletas que treinam de maneira árdua estão mais suscetíveis a gripes e problemas respiratórios. A explicação para essa aparente incoerência está numa substância chamada glutamina, que se consome durante os treinamentos. É exatamente ela, a responsável pela alimentação dos leucócitos.

A saída para garantir apenas o bom efeito da atividade física é a moderação ou, no caso dos esportistas profissionais, a suplementação. Os aminoácidos de cadeia ramificada, conhecidos como "BCAAs", são usados na produção de glutamina e podem suprir essa carência, diminuindo as chances de doenças respiratórias.

Já é comprovado também que os exercícios regulares estimulam a produção de citocinas, imunoglobulinas e das células chamadas natural killers. Estas últimas, como o próprio nome inglês sugere, podem ser definidas como assassinas naturais, pois têm a capacidade de reconhecer e matar células tumorais.

Mais recentemente,estudos revelaram que a atividade física regular e moderada ajusta o sistema imunológico, fazendo com que ele fique preparado para resistir a doenças. Já os treinamentos intensos prejudicam as defesas do organismo humano.

Em uma das pesquisas, durante dois meses, 40 ratos de laboratório fizeram exercícios diariamente, tendo só um dia de folga por semana. Claro, ninguém é de ferro. Mas a malhação era dura. Durante uma hora eles corriam na esteira, simulando um freqüentador de academia.

Enquanto isso, outros 40 roedores passavam os dias numa boa, naquela rotina sedentária que muitos seres humanos ainda insistem em levar. O detalhe é que todos esses bichos tinham um tipo de câncer chamado tumor de Walker 256. Foi isso que justamente possibilitou aos pesquisadores avaliarem as melhoras no sistema imunológico. E o resultado foi surpreendente: O grupo que praticava exercícios viveu o dobro do tempo.

"Houve um aumento na quantidade e na capacidade de suas células, chamadas de leucócitos. Mais bem ajustado, o organismo resiste eficazmente às doenças mais variadas, do câncer à gripe, passando por micoses e afins" declarou o fisiologista Reury Frank Bacurau, autor da pesquisa feita no Laboratório de Metabolismo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Veja mais sobre o assunto em nossas colunas de Otorrino e Saúde com Dr. Mauricio Kurc e Avaliação e Orientação Física com Profa. Priscilla de Arruda





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