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02/07/2007 Músculos e a expressão do ser humano Os Músculos e a Expressão do Ser Humano Luciano Chimenez Aviles[I] e Pablo Rodriguez Santurbano[II] Quando pensamos em músculos, logo vem em nossas mentes palavras como força, desempenho, movimento, pois de fato são suas funções mais conhecidas. Entretanto, se nos aprofundarmos um pouco mais, existem outras funções também muito importantes, como a produção de calor no organismo, a manutenção de postura, a proteção e a estabilidade articular, além de, juntamente com a pele e o tecido conjuntivo em geral, propiciar forma ao corpo. Contudo por meio dos músculos nós podemos nos relacionar com o meio externo, pois é ele quem permite essa interação. Ele expressa e efetiva nosso contato com o que está fora de si. Assim podemos comer, andar, falar, brigar, abraçar ou beijar. Ainda assim, seria, no mínimo, pobre limitar esse tecido tão especial a funções ‘meramente físicas’. Ao adotarmos determinada postura ou realizarmos certo movimento estamos falando muito mais do que simplesmente arranjos ou desarranjos músculo-esqueléticos. Por exemplo, lembre-se de uma situação muito prazerosa. Uma pessoa especial com quem passa bons momentos, uma cama aconchegante ou uma troca de carinho. E simplesmente se entregue a essa sensação. Vivencie. Caso você realmente conseguiu se entregar você deve ter vivenciado junto com a emoção uma mudança na sua expressão corporal. Durante a próxima vez que você passar por uma situação de conforto ou carinho tente dar-se conta de sua estrutura corporal. Provavelmente você estará mais encurvado como se estivesse tentando se auto-abraçar. Pense no oposto. Uma briga ou discussão. Uma preocupação ou algo que o estressa. A tendência de sua expressão corporal provavelmente será inversa. Uma postura de peito aberto e cabeça levantada. Parece que você tem dois corpos, mas na verdade, você tem um que adquire formas distintas. Imagine, então, você numa situação de estresse com uma postura corporal de uma situação amorosa, e vice-versa. Ficaria difícil você obter êxito em qualquer uma das duas situações. Ou você não saberia como enfrentar e passar pela situação estressante, que exige uma atitude mais racional, ou não saberia viver uma relação amorosa com certa profundidade, com verdadeiro envolvimento e entrega. Duas situações que, atualmente, são problemas para muitas pessoas. E por que será a reclamação da maioria das pessoas? Será que vivemos em competição e estresse o tempo todo, tendo que “matar um leão a cada hora”, “vestindo uma armadura” constantemente sem conseguir “desarmá-la"? Muitos estudiosos falam sobre esse assunto: a integração corpo-mente, os sentimentos e suas repercussões físicas, a atitude corporal e a psicologia. Entre os mais importantes temos Stanley Keleman[1], Alexander Lowen[2] e Godelieve Denys-Struyf[3]. Godelieve Denys-Struyf é uma fisioterapeuta belga e iniciou seus estudos trabalhando na década de 70 com a revolucionária fisioterapeuta francesa Françoise Mézières[4]. Stuyf era também retratista e por meio de desenhos realizou um estudo estatístico que dividiu os pacientes avaliados em grupos que apresentassem tendências posturais semelhantes. Isso permitiu definir e ajustar progressivamente um método global de fisioterapia, que integra o funcionamento do corpo e seus vínculos indissociáveis com o comportamento psicológico. Para ela existem conjuntos psiconeuromusculares, que por meio de nossas cadeias miofasciais mobilizam nossas cadeias articulares e constroem nossos gestos. Esta constatação primordial explica os termos “psico-comportamental” e “psico-corporal”, freqüentemente utilizados, que, à primeira vista, podem surpreender, mas que traduzem a profunda união entre o aparelho locomotor e o aparelho psíquico. Entre os grupos divididos em seu estudo Struyf achou correspondência entre atitudes mentais e padrões de ativação de determinados grupamentos musculares. Com muito estudo, baseando-se e ampliando o conceito de cadeias musculares de Mézières, Bobath e Kabath, cadeias articulares de Bezieres e os conceitos da medicina tradicional chinesa e osteopatia correlacionou 4 cadeias musculares com 4 estilos de comportamento e 2 cadeias, com a maneira pela qual nos relacionamos com o meio. Para ilustrar o que foi dito, trataremos aqui, somente de 2 cadeias, pois foi delas a que nos referimos no início do texto. A primeira, denominada póstero-mediana (PM), é formada por músculos da região posterior medial de tronco, iniciando desde músculos do pé, passando pelo dorso, nuca, até chegar ao crânio e terminar na testa. É uma cadeia quando em excesso, nos impulsiona para frente, fazendo com que tenhamos uma atitude mais “racional”. A segunda, chamada de ântero-mediana (AM), é constituída por músculos anteriores e mediais, também se estende desde o interior do pé, membros inferiores, passa anteriormente pelo tronco até chegar no pescoço, na face e na boca. Quando muito estimulada, nos deixa em uma posição “mais arredondada”, ou mais cifótica, assemelhando-se a posição fetal. É claro que não se pode rotular uma pessoa baseado em sua constituição tipológica, ou seja, dizer que ela tem determinadas características pelo seu padrão postural. Mas é perceptível nos dias de hoje, muitas pessoas fixadas principalmente no primeiro estilo, devido até ao processo de competição acirrada, não só no mercado de trabalho, ou em função do estilo de vida que escolhemos ao se viver em grandes centros. Da fixação em determinada cadeia muscular podem surgir dores, compensações e lesões, enfim, nada mais que o estresse se somatizando. Dessa fixação, temos também o padrão de comportamento muitas vezes agressivo, a dificuldade de se colocar no lugar do outro, de sentir ou de se entregar numa relação, por exemplo. Daí a importância de se trabalhar fisicamente, com uma proposta global, afim de não permitir a estabilização numa tipologia de cadeia muscular. Deve-se fazer um trabalho para que se permita um trânsito fluente de uma cadeia para outra. Não devemos esquecer que todas as partes do corpo são interdependentes, ligadas entre si pelos músculos e seus envelopes organizados em cadeias. Os músculos são ferramentas da expressão psico-corporal. Nossos estados de tensão, nossas emoções, nossos sentimentos e maneiras de ser se expressam através do sistema muscular, responsável por nossas posturas e nossos gestos. Quando estas tensões ou atitudes se repetem e se prolongam por muito tempo, um excesso de tônus muscular se instala e recruta, sucessivamente e repetitivamente, músculos específicos, até que apareçam no corpo verdadeiros encadeamentos tensionais. Em suma, falar do sistema muscular é muito mais do que falar de ligações músculo-esqueléticas ou padrões posturais. Podemos dizer que ele é uma ferramenta de relacionamento e expressão, de armazenamento e arquivamento de emoções. Os músculos refletem o que somos, aquilo pelo qual passamos e o que estamos sendo agora. Cabe a nós, para vivermos o que realmente almejamos, fazermos com que eles traduzam o que nós somos e o que queremos ser. [I] Educador físico e Naturopata com formação em Cadeias Musculares GDS, atuando como Personal Trainer. [II] Fisioterapeuta especialista em Fisiologia do Exercício, Reeducação Postural Global, Cadeias Musculares GDS e Osteopatia. [1] Stanley Keleman é um quiropraxista formado em bioenergética criador de uma teoria que integra a anatomia com os aspectos emocionais. Encontram-se mais informações sobre o seu trabalho no livro “Anatomia Emocional” publicado pela editora Summus. [2] Alexander Lowen foi criador da Bioenergética definida por ele como uma psicoterapia somática. Para entender melhor seu estudo sugere-se o livro “Bioenergética” da editora Summus. [3] Para conhecer melhor o trabalho de Struyf sugere-se a leitura do livro “Cadeias Musculares e Articulares – O Método G.D.S.” da editora Summus. [4] Françoise Mézières foi criadora do método que leva seu nome que revolucionou o tratamento de doenças ortopédicas, a observação do movimento e da postura. No livro “Manual del Mezierista”, escrito por Struyf e não publicado no Brasil, encontra-se um dos poucos relatos sobre o seu trabalho. Veja mais sobre o assunto em nossas colunas Musculação e Fisioterapia com Prof. Amauri Altieri e na coluna de Avaliação e Orientação Física com Profa. Priscilla de F. de Arruda Camargo |
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