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27/03/2015
Como e quando obter uma segunda opinião antes de se submeter a uma cirurgia da coluna?

É comum ouvir que ninguém deve se submeter a uma cirurgia de coluna sem antes ouvir uma segunda opinião de outro médico. À primeira vista, este conselho pode soar bem, tal como um ditado popular: duas opiniões são melhores do que uma....
No entanto, existe uma armadilha nesta linha de pensamento. Geralmente, quando um paciente busca um médico para uma segunda opinião, o parecer seguinte tem a tendência de sempre soar melhor que o primeiro parecer. Este é um fenômeno bem conhecido, mas na realidade, a segunda opinião pode não ser a melhor.



Quando a considerar uma segunda opinião
Para o neurocirurgião Eduardo Iunes, especialista em coluna, (CRM-SP 119.864), é muito comum que o paciente se sinta inseguro diante da necessidade de ter que se submeter a uma cirurgia de coluna. “Então, a questão é quando ele deve buscar uma outra opinião. A seguir, relaciono algumas dicas, baseadas na minha experiência clínica, que podem ajudar o paciente neste processo”, diz o médico.



Quando buscar uma segunda opinião
1) Se o paciente não está confortável com o diagnóstico, o atendimento ou a indicação cirúrgica do primeiro médico, por qualquer razão, ouvir outro cirurgião para obter uma segunda opinião é uma boa ideia;

2) Se o cirurgião não respondeu a todas as perguntas do paciente sobre a razão do procedimento proposto ou se suas respostas foram vagas, outra opinião é uma boa ideia;

3) Se os objetivos pessoais do paciente são diferentes dos objetivos do cirurgião: por exemplo, se o paciente realmente quer evitar a cirurgia para tratar a sua dor e o cirurgião diz que a operação é a única opção terapêutica;

4) Também é aconselhável contar com uma segunda opinião se o paciente já passou por outra cirurgia anterior que não funcionou e/ou se outra cirurgia está sendo proposta, após a primeira, que é indicada agora. Este conselho é especialmente verdadeiro se a cirurgia em questão for uma fusão da coluna vertebral. Muitas vezes, quando a cirurgia de fusão inicial não funciona, a cirurgia seguinte pode também não ser útil. Só em circunstâncias muito específicas (ou seja, pseudoartrose) é que a cirurgia adicional pode ser benéfica;

5) Há casos em que o próprio cirurgião irá solicitar ao paciente que ele obtenha um laudo de outro especialista, antes de prosseguir com a cirurgia. Nestes casos, muitas vezes, é melhor deixar que o cirurgião escolha o profissional com quem o paciente deve colher a segunda opinião porque ele está mais apto a determinar qual parecer médico deve ser levado em conta no momento;

6) A escolha de um cirurgião para uma segunda opinião é sempre difícil. O objetivo é obter uma opinião de um profissional especializado, experiente e ético. Embora não seja perfeito, o “boca a boca” ainda é útil no processo de escolha da segunda opinião.


A conversa com o “segundo cirurgião”

“O lado positivo do paciente procurar outra opinião cirúrgica é o fato dele manter a mente aberta. O paciente precisa ser tão crítico em relação à segunda opinião quanto foi quando recebeu a primeira, precisa fazer as mesmas perguntas para os dois profissionais”, recomenda o médico.

O paciente, ao conversar com o cirurgião, deve procurar saber:

1) Qual é a experiência do cirurgião no tipo específico de cirurgia a qual o paciente se submeterá;
2) Como foram os resultados passados do cirurgião em relação a este tipo de cirurgia;
3) Quais são as alternativas para o procedimento proposto;
4) Qual o prognóstico natural da doença, caso o paciente opte por não fazer a cirurgia de coluna;
5) Quais são os riscos e possíveis complicações do procedimento;
6) O que pode ser feito se a cirurgia não funcionar, ou seja, qual seria o próximo passo do tratamento.



Como regra geral, é importante que o paciente seja muito cauteloso em relação à segunda opinião de cirurgiões que:
1) “Pintam um cenário muito bom para ser verdade”, pois não existem curas mágicas, nem cirurgias indolores;

2) Suscitem muitas expectativas irreais;

3) São excessivamente dependentes "de tecnologias de ponta”.


“Como conselho final, a pior coisa a fazer é assumir a segunda opinião automaticamente como melhor que a primeira. O paciente deve parar e refletir. Mantendo a mente aberta, ele vai evitar a queda em armadilhas de julgamento. E se após ouvir duas opiniões, o paciente ainda ficar em dúvida, o ideal é buscar uma terceira opinião. O paciente não deve operar sem ter a certeza absoluta de que a cirurgia será a melhor opção terapêutica para ele”, diz o neurocirurgião.




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