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14/10/2013
Você sabia que o estresse pode afetar a memória?

A memória é um dos componentes mais importantes dentre todas as funções cognitivas. Serve para arquivar experiências e se adaptar às mudanças que nos cercam.



É possível manter a memória à medida que os anos vão passando. Para isso é necessária motivação, curiosidade, atenção e concentração. Basta fazer palavras cruzadas, ler o jornal e debater assuntos com os amigos. Numa palavra... manter-se atento ao mundo. O que não será necessário é tentar memorizar a lista telefônica.
As perturbações da memória não têm todas a mesma origem nem se manifestam da mesma forma. As diversas informações que retemos passam por dois módulos complementares: a atenção e a armazenagem.

A atenção registra aquilo que percebemos. Existem testes muito precisos que permitem assinalar qual dos dois módulos não funciona bem. Um dos testes consiste em tentar reter uma série de palavras que devem ser reproduzidas logo a seguir. Se houver muitas falhas na reprodução das palavras verifica-se uma dispersão da atenção. Pode então concluir-se que há dificuldade em perceber e tratar várias informações simultaneamente. Segundo os resultados obtidos em diversos estudos sobre o envelhecimento, as faculdades atencionais de percepção e de concentração são as primeiras funções a sofrer alterações. Isto é, a passagem do tempo afeta em primeiro lugar as funções que permitem recordar e, ao mesmo tempo, raciocinar, deduzir, compreender e planificar.

No entanto, como acontece com a forma física, admite-se que preservamos prioritariamente as faculdades mais exercitadas. Um contabilista de 80 anos será sempre capaz de fazer contas melhor do que alguém que não exercitou essa capacidade ao longo de toda a vida. O mesmo acontece com os músicos, cujas zonas cerebrais relacionadas com a música estão mais desenvolvidas.

Associação é uma maneira de memorizar melhor
Uma boa forma de evitar os lapsos de memória consiste em associar uma situação a uma imagem. Por exemplo, se tiver que pôr hoje uma carta no correio pode não ter que desenhar um risco na mão para se lembrar dessa obrigação. Basta que, quando fecha o envelope, tente visualizar com nitidez a caixa do correio e o ato de introdução da carta. Se ficar com a ação de pôr a carta no correio bem associada ao contexto, as possibilidades de esquecimento são muito menores.

No fundo, o truque consiste em construir, o mais cedo possível, um cenário daquilo que se vai guardar na memória. A imagem mental associada a uma ação ajuda assim à sua memorização. Isto é, memoriza-se - como se tirasse uma fotografia - o que se sabe que se pode esquecer. Esta técnica de associação de idéias ou de contextos é também útil quando aplicada à elaboração de planos e análises.

Fotografar para não esquecer
A utilização do cérebro como se fosse uma câmara fotográfica, visualizando uma situação no tempo e no espaço antes de executar uma ação, pode ser exercitada nos menores aspectos da vida quotidiana. Por exemplo, pode muito bem acontecer que quando se chega em casa o telefone comece imediatamente a tocar.

Pode também acontecer que, por causa desse telefonema, seja necessário voltar a sair. Mas... onde é que estão as chaves? Onde é que as pôs quando entrou em casa? É neste momento que se deve aplicar o exercício de associação de idéias. Tente rever a fotografia mental da cena, no momento em que esta ocorreu. Quando se lembrar do toque do telefone poderá verificar que provavelmente as chaves estão ao lado do aparelho. Vai verificar também que experimenta uma sensação de prazer ao visualizar mentalmente a cena.

Esta memória voluntária funciona num lapso de tempo muito curto porque os neurônios são ultrarrápidos. Exercitá-la é a melhor maneira de garantir o seu bom funcionamento.

Retardar o envelhecimento combatendo a preguiça
A memória voluntária baseia-se num permanente esforço de atenção. O cérebro tem a capacidade de se modificar na sua estrutura e no seu funcionamento sob o efeito de estímulos permanentes. Cada esforço de atenção provoca uma ativação. Produz-se, então, um crescimento do débito sangüíneo e do metabolismo energético cerebral.
Para funcionar bem, o cérebro tem necessidade de oxigênio e de glucose, mas também de estimulações externas e internas. As estimulações precoces e constantes atrasam não apenas o envelhecimento mental, que é inevitável com a diminuição dos neurônios, mas também o sua disfunção.

Se os neurônios não podem multiplicar se, podem então funcionarem da melhor forma possível. É que os neurônios preguiçosos estão condenados a desaparecer muito rapidamente. Portanto estimular é o melhor caminho.

Há alguns fatores que podem interferir negativamente na memória. Por exemplo, na pressa de emagrecer, muitas mulheres acabam adotando regimes rígidos, buscando perder grande quantidade de peso em pouco tempo. Isso pode ser prejudicial à saúde. Um estudo do Instituto de Pesquisas da Alimentação de Reading e da Fundação Britânica de Nutrição revelou que pessoas que emagreceram com dietas rígidas sem orientação médica tiveram depressão e perda de memória.

O excesso de estresse é outro fator. “Ele não só dificulta a concentração e a atenção, como gera um alto grau de ansiedade. Todos estes elementos, juntos, podem interferer nas funções cognitivas, em particular, com a memória. Por exemplo, quando estamos no trânsito, atrasados ou cheios de tarefas, temos mais dificuldade para lembrar nomes de pessoas, objetos e/ou lugares”, explica Dr. André Felício, CRM 109.665, neurologista,

Um dos efeitos nocivos do estresse, recém divulgado em humanos, diz respeito à diminuição do tamanho do cérebro naqueles indivíduos que acumulam experiências estressantes ao longo da vida. Em particular, estas alterações ocorrem na substância cinzenta do cortex pré-frontal, uma área importante para a manipulação das emoções.

“Com o envelhecimento, existe morte de células nervosas, de modo que, naturalmente, podemos ter lapsos de memória, que são benignos, não interferindo nas atividades diárias. Quando comparamos mulher e homem, não parece haver diferenças quanto à memória”, complementa Dr. André. Outras habilidades cognitivas, porém, podem ser um pouco diferentes, como a maior facilidade para aprender línguas estrangeiras, no caso da mulher, e uma melhor percepção viso-espacial, no caso do homem.

A boa notícia é que é possível reverter os prejuízos que o estresse pode causar na memória, apostando em estratégias não-farmacológicas e farmacológicas, que pode minimizar os efeitos do estresse sobre a cognição. Por mais óbvio que possa parecer, adotar uma vida saudável ainda é a melhor maneira de proteger a memória do estresse, além de outros benefícios que os bons hábitos proporcionam. Sendo assim, conforme citado assim, nunca esqueça que exercícios físicos, atividade social e intelectual são fatores importantes de neuroproteção.



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Neurologia e Saúde com Prof. Dr. Paulo Caramelli





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