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21/06/2012
Histerectomia, quando é necessária?

Nos Estados-Unidos, cerca de 600 a 700 mil mulheres perdem seus úteros anualmente. No Brasil, os números não são menos assustadores. Embora não haja estatísticas precisas, o volume anual de histerectomias é de 200 a 300 mil, com taxa de mortalidade variando de uma a duas por mil cirurgias realizadas.

Ao mesmo tempo, grande parte dos recursos do Ministério da Saúde tem sido gastos com internação de mulheres para tratamento de doenças gênito-urinárias. Muitos procedimentos e cirurgias desnecessárias, por vezes de efeito nocivo, poderiam ser evitadas através de ações educativas e campanhas de esclarecimento.

Devemos estimular as mulheres a exercerem seu direito de opção por novas técnicas e descobertas científicas, participando ativamente da melhora na qualidade de sua assistência médica e na escolha do seu tratamento.

Segunda opinião

Apesar de muitos pacientes desejarem ouvir uma segunda opinião, muitos relutam em fazê-lo para não aparentar falta de confiança no seu médico. Entretanto, os próprios profissionais concordam que esta é uma ótima ideia, especialmente para aqueles que estão diante de um diagnóstico mais severo, ou quando em vias de serem submetidos a determinados procedimentos mais radicais.

Para se ter uma ideia do problema, em artigo publicado no New England Journal of Medicine, na sua edição de março de 1993, já se comentava sobre o exagero de mulheres que anualmente perdiam seus úteros nos EUA, e atribuía essa situação dramática à "falta de conhecimento dos profissionais por outras opções terapêuticas".

O citado artigo revela também que "cerca de 90% das histerectomias (retirada do útero) são realizadas a fim de eliminar doenças benignas, e executadas sem qualquer tentativa terapêutica prévia — o que pode ser considerado um abuso cirúrgico". Esta análise demonstra que embora a opinião do seu médico seja confiável, muitas dúvidas podem existir; e todos têm o direito, e mesmo a obrigação, de consultar uma segunda opinião.

A segunda opinião permite que os pacientes considerem vantagens e desvantagens nas outras opções eventualmente oferecidas por diferentes especialistas da área. Se houver concordância com a primeira proposta diagnóstica ou terapêutica, com certeza você se sentirá mais seguro para prosseguir. Se os pontos de vista não forem coincidentes, é mesmo válido consultar um outro profissional ou serviço médico de reconhecida competência.

Abastecido de todas os esclarecimentos, ficará mais fácil e seguro decidir qual o melhor caminho para a solução do problema.

Quando os conceitos e as práticas não progridem com a velocidade que os fatos requerem, deixamos de contribuir com a evolução e tornamo-nos cúmplices do desconhecimento.

Quando a histerectomia é necessária?
No passado, a falta de recursos para diagnósticos mais precisos gerou uma indiscriminada indicação de histerectomias, até mesmo como uma forma de evitar-se um futuro câncer.
Numa atitude simplista, irracional e perversa, o útero era considerado um órgão inútil e descartável.
Sob a nova visão filosófica da ginecologia contemporânea, preservar o corpo humano íntegro e em harmonia significa preservar a saúde física e psicológica da mulher.
Com o advento de novos exames (papanicolau, colposcopia, ultrassonografia, ressonância magnética, videohisteroscopia), que possibilitam uma melhor avaliação das doenças uterinas, esses objetivos vêm sendo alcançados.
Entretanto, a retirada do útero algumas vezes precisa ser considerada, embora a grande interrogação seja determinar o momento exato em que ela deva ser realizada.

A histerectomia hoje dever ser indicada de forma absoluta apenas para estes casos:
Câncer de corpo uterino
Câncer de colo uterino invasivo
Úteros muitos volumosos e/ou deformados por múltiplos miomas
Hiperplasia endometrial complexa com atipias
Câncer de ovário

E pode ter indicação discutível nas seguintes condições:
Dismenorreia (cólicas menstruais) de forte intensidade
Dor pélvica crônica de origem uterina
Endometriose/adenomiose
Prolapso uterino (queda do útero)
Miomas
Sangramento uterino anormal sem causa aparente/não responsivo ao tratamento

Ainda assim, mesmo quando a cirurgia for bem indicada e realizada dentro da técnica mais apurada, temos que lembrar que a histerectomia é uma cirurgia de grande porte e deve ser a solução de último recurso, quando não for obtido sucesso com tratamentos mais conservadores.

Serviço:
www.claudiobasbaum.med.br





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